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Em Pauta

Aleijadinho, o Quasímodo brasileiro, nunca existiu

Mário Sérgio Lorenzetto | 01/01/2016 08:09
Aleijadinho, o Quasímodo brasileiro, nunca existiu

Aleijadinho, o Quasímodo brasileiro, nunca existiu.

Corria o ano de 1858, um deputado estadual mineiro resolve escrever a biografia do Aleijadinho. Rodrigo Ferreira Bretas, o deputado, cria um personagem em sua imaginação. Talvez, copiado do Quasímodo de Victor Hugo, do livro "NotreDame de Paris". Cria um corcunda, com uma ou duas mãos paralisadas por alguma doença. Essa ficção foi copiada por viajantes estrangeiros que estiveram em Minas Gerais e foi incluída em seus relatos. Mas nenhum documento da época, ou texto minimamente confiável, certificava a ficção. A historieta foi publicada no jornal Correio Oficial de Minas. Continha um relato minucioso, contando a "história" da vida e detalhes de sua pretensa personalidade, que tivera lepra ou sífilis, que o fizera perder dedos e dentes, curvar o corpo, não conseguir andar a não ser de joelhos. Bem ao gosto do romantismo que tomava conta das letras da época, o deputado criou a "história" de uma pessoa defeituosa e assustadora que teria executado, com ferramentas amarradas aos braços, as obras mais belas do barroco mineiro. Uma personagem fascinante, ao mesmo tempo horrível e sublime, monstruoso e genial. Tudo saído da mente do deputado. Mas existiu um homem chamado Antônio Francisco Lisboa. Vasculharam e estudaram todos os arquivos e descobriram tão somente alguns recibos assinados por esse homem. Esses documentos, similares a de outros tantos artesãos que trabalhavam para as irmandades mineiras, comprovam a existência de um artífice com aquele nome, mas nada mencionam sobre sua vida, personalidade, doença ou sobre o apelido "Aleijadinho". Um belo golpe publicitário do deputado que ganhou muito dinheiro, comendas e honrarias e votos, é claro, com a "descoberta".

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Afinal, o Aedes aegypti é municipal, estadual ou federal?

O "Odioso do Egito", em latim, mais conhecido como Aedes aegypti, fez sua primeira viagem ao Brasil a bordo dos navios ingleses negreiros. A primeira grande investida contra o "Odioso" foi capitaneada por Oswaldo Cruz no início do século XX. Em meio a uma epidemia de febre amarela, que voava nas asas do "Odioso", Oswaldo Cruz criou uma brigada de mata-mosquitos que vistoriava as casas para eliminar os focos de reprodução.
Os agentes comunitários de saúde são, hoje, a ponta de lança no combate ao "Odioso". Ao longo dos últimos 25 anos, quando surgiram, a maior mudança na atuação dos agentes de saúde foi o estabelecimento de uma carreira subordinada a concurso público e piso nacional cujo valor foi fixado em R$1.014. Em julho, o Ministério da Saúde baixou portaria em que definiu a participação de cada ente federativo, Município, Estado e União na gestão e remuneração desses agentes. Os governantes continuam discutindo como ols agentes de saúde se organizarão. Tudo indica que desejam saber se o "Odioso" é municipal, estadual ou federal. Infelizmente, ainda não aprenderam a linguagem dos pernilongos, nem se eles têm carteira de identidade, para descobrir de onde são, mas nós sabemos como eles picam e as consequências da picada. Foi na esterilidade dessa eterna contenda que surgiu uma "janela de oportunidades" para o "Odioso" nos picar ainda mais. Até meados de novembro já havia 1,5 milhão de casos de dengue, aumento de 176% em relação ao ano passado. A zika está "zicando" em todos os Estados, quatro suspeitos são confirmados por hora. E as grávidas entram em pânico quando ouvem as asas de um pernilongo.

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Uma cidade humana precisa ser amiga do idoso.

Campo Grande precisa estar preparada para duas tendências mundiais: urbanização e envelhecimento da população. É preciso atacar de vez, não apenas no período natalino, o problema da violência. A cidade precisa, urgentemente, desenvolver políticas públicas de atendimento a idosos.
Campo Grande tornou-se, nos últimos anos, muito voltada para os jovens. Já faz tempo que um prefeito criou condições especiais para os idosos morarem com sua família. Apesar de quase toda plana, a capital apresenta alguns polos de problemas com a topografia. Isso complica a vida do idoso que tem de tomar ônibus para se deslocar até em curtas distâncias.

O atual prefeito só ouve sua arrogância, mas os candidatos que em poucos meses se apresentarão, têm de ouvir os idosos. O protagonismo deve ser do idoso. Ele deve dizer o que o futuro prefeito deverá fazer. Necessitamos de uma cidade mais cordial. O idoso gosta de andar, passear nas lojas. À medida que começa o estilo de vida em que o carro comanda tudo e de grandes centros comerciais, desaparece o comércio local, que é onde o idoso vai. É para ele andar, se exercitar e para conversar com a dona do mercadinho. A política de instalar aparelhos para exercícios especiais para idososnas praças e jardins, necessita ser consumada. As calçadas com pavimentos deslizantes atentam contra a vida dos idosos. Campo Grande precisa se tornar uma comunidade onde o idoso é bem aceito e participa. Em uma sociedade que envelhece e se urbaniza ao mesmo tempo, é preciso planejar para ela ser mais humanizada.

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Exemplo de solidariedade. Você doaria suas férias para auxiliar um colega?

A história, que não é natalina, ocorreu na França. Jonathan Dupré descobriu que sua filha de 5 anos tinha câncer nos rins. Dupré não poupou esforços para acompanhar a filha durante o longo tratamento. Usou todo tempo de férias a que teria direito e demais direitos trabalhistas. Esgotou seu limite de dias de licença na empresa GroupePouchet (fábrica de recipientes de cristais). O que ele não esperava é que seus colegas doassem as próprias férias, somando 350 dias, para que ele pudesse continuar a cuidar da filha. A iniciativa dos solidários colegas foi possível graças a uma recente lei francesa que permite que funcionários cedam suas folgas, com permissão da empresa, para outros que tenham um filho menor de vinte anos doente, acidentado ou deficiente. Dupré receberá salário integral durante o afastamento. Se tivesse ocorrido no período natalino, seria um belo presente.

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Debate sobre afastamento de Dilma também cai nas redes sociais.

Tal como aconteceu nas ruas, o número de menções aos protestos contra a presidente e a favor foi o menor verificado em todo o ano. O levantamento realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (Dapp/FGV) mostra que os grupos favoráveis e contrários ao impeachment de Dilma também estão tendo dificuldade para se mobilizar no mundo virtual. Em março, os debatedores eram 760 mil. Caiu para 539 mil em agosto e, em dezembro, apenas 309 pessoas discutiram o tema. Para demonstrar ainda mais o cansaço e desânimo da população com a pauta, interminável, da queda ou permanência de Dilma, a Dapp/FGV afirma que: 45% das menções nas redes sociais foram neutras em dezembro, 30% se posicionaram contra a presidente e 25%, a favor.

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