Charles Dickens inventou a generosidade natalina fora da família
Dickens mostrou mais verdades sociais que todos os discursos dos profissionais da política, agitadores e moralistas juntos. Seus livros retrataram a realidade da pobreza e às desigualdades como nunca haviam sido desvendadas. Títulos como "Olivier Twist" ou "David Copperfield" abriram os olhos de muitos sobre a miséria que tinham em frente, mas que preferiam não ver. O próprio Dickens padeceu dessa situação miserável, aos 12 anos, quando teve de trabalhar em uma fábrica.
Mudou a celebração das festas natalinas.
Sua literatura descreve uma sociedade desprovida de piedade em que muitas crianças estavam condenadas à pobreza desde seu nascimento. A denúncia da injustiça é algo que impregna toda sua obra. "Canção de Natal" é recordada até hoje sobretudo porque, desde sua publicação, em 1.843, mudou a maneira em que se celebram estas festas, deixaram de ser apenas festas familiares para ter uma forte marca social.
Êxito descomunal.
O descomunal êxito que alcançou o relato da "Canção de Natal" - em poucos dias vendeu 6.000 exemplares, uma barbaridade para a época - rompeu para sempre com a tradição exclusivamente familiar das festividades natalinas. Há outra tradição que cresceu com Dickens. Ainda que comer peru no natal não seja um costume por ele criado, se tornou muito popular graças a seu livro.
Inventou a afável cordialidade natalina.
Até Dickens, o natal estava carregado de ostentação nas famílias ricas. Dickens quebrou esse egoísmo. Levou milhares de ricos a cozinhar belas ceias natalinas para os mais pobres. Algo inacreditável até então. Foi ele que inseriu no natal a ideia de redenção. Dickens oferece a seus personagens uma segunda oportunidade na vida. Trate bem a todos e será perdoado, é o tema central de seus livros. E ele conhecia essa dura realidade. Seu pai foi preso por não ter pago pequenas dívidas.