Chiclete ou monitorar o Cerrado? Opção foi o chiclete
Segundo o Instituto de Pesquisas Especiais - INPE - , ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil deixará de ter dados oficiais sobre o desmatamento no Cerrado por falta de verba para a manutenção do programa à partir de abril. Essa interrupção é a carta de liberdade para os incêndios e desmatamento. O Cerrado é responsável por dois terços das águas doces brasileiras. É considerada a caixa de água do país. Apesar de sua extrema importância e valor, é um dos mais ameaçados. Bem simples, sabe por que estamos pagando conta de luz extremamente alta? Devido à falta de água no Cerrado. E falta água devido ao desmatamento e aos incêndios.
Trocaram chiclete por monitoramento do Cerrado.
De acordo com o INPE, são necessários R$ 2,5 milhões ao ano para manter esse programa operante. A título de comparação, o valor equivale à metade do que o governo federal gasta com uva passa - R$ 5 milhões. Há outra comparação ainda mais rocambolesca. O governo gasta R$ 2,3 milhões com chicletes.
O Cerrado já perdeu a metade de suas árvores.
Entre 1985 e 2020, o Cerrado perdeu a metade de sua cobertura vegetal. Ele é fundamental pois ocupa um quarto do território nacional. Está no centro do Brasil, se conectando com todos os outros biomas brasileiros. Está ligado ao Pantanal, à Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e uma pontinha com os pampas. E ele tende a ser menos visível, menos valorizado por não ter uma floresta característica. É de esperar perdas ainda maiores no transcurso deste ano. Equivale a secas ainda maiores. E a conta de energia explosiva.