Cientista diz que a homeopatia, acupuntura e quiropraxia não curam
Cientista que passou 20 anos estudando diz que a homeopatia, acupuntura e quiropraxia não curam.
Edzar Ernst é um médico e cientista alemão. Talvez o mais polêmico e corajoso do mundo. Ernst "traiu" a fé homeopática. Começou sua carreira como um homeopata. Essa é uma atividade comum na Alemanha, pois foi lá que ela começou. Logo Ernst tornava-se o primeiro professor de medicina alternativa do mundo. Como ele mudou de ideia?
Em seu livro lançado em janeiro de 2015, sem edição brasileira, "A scientist in Wonderland" ("Um cientista no País das Maravilhas"), ele responde a essa pergunta. Quando ele sai da Alemanha e vai trabalhar no Hospital ST.George, na Inglaterra, com tempo suficiente para pensar, ler e aprender, torna-se um cientista e começa a questionar a mais importante premissa dos médicos: se o paciente melhorou, tal melhora foi ocasionada pelo tratamento. Um cientista médico é treinado para questionar essa premissa. Ernst diz: "um cientista que não é crítico é uma contradição do termo. Se encontrar um há grande chance de ser charlatão". Ernst retorna à Alemanha. Assume um novo trabalho, conduz pesquisa rigorosa sobre a eficácia, segurança e custo da medicina complementar. De volta à Inglaterra enfrenta uma imensa multidão de curandeiros espirituais, homeopatas, acupunturistas, osteopáticos, quiropráticos e herbalistas. Ele narra que existiam na Inglaterra mais "médicos alternativos" do que “médicos ortodoxos".
Ernst prometeu que investigaria as terapias alternativas mais populares. Chegou a um acordo com os curandeiros espirituais (maioria dentre os alternativos). Concordaram nos métodos a serem utilizados para a cura de dor crônica. O estudo clínico randomizado e controlado em que o "placebo", o falso medicamento utilizado em todas as pesquisas científicas, não fica evidente. O experimento da cura espiritual foi concluído com 4 grupos: cura por um curandeiro espiritual; placebo da cura espiritual cuja administração era feita por um ator treinado; cura por um curandeiro espiritual em um cubículo, escondido da visão dos pacientes e placebo da cura sem pessoas presentes no cubículo. O resultado mostrou que todos os grupos tiveram uma redução da dor sem diferença estatística significativa. Ernst continuou as pesquisas com as demais medicinas alternativas. Reprovando-as. Ele recebeu vários prêmios da comunidade científica.
Um príncipe em luta contra um cientista.
Edzard Ernst estava em Exester, na Inglaterra, na cadeira dessa faculdade que se propunha a estudar as medicinas alternativas; tornou-se a vanguarda mundial do debate desse assunto. Dela, saíram alguns estudos que demonstram não só suas ineficácias, mas o perigo de serem utilizadas. O exemplo dado por Ernst é o do abandono da dureza da quimioterapia por terapias supostamente indolores, mas que deixarão o paciente morrer. O cargo em Exeter havia sido criado para o inverso do que propunha Ernst - glorificar as medicinas alternativas. O maior interessado era o Príncipe Charles. Quando os resultados das pesquisas saíram, começaram a atacar Ernst em todos os âmbitos, do pessoal ao público. O Príncipe comandava a luta contra os novos preceitos de Ernst. Durante anos o Príncipe Charles pressionou os ministros para incluir a homeopatia no sistema de saúde britânico. No fim, depois que Ernst o acusou publicamente de não ser nada mais que um vendedor de produtos para crescer o cabelo, o herdeiro do trono conseguiu retirá-lo do cargo em Exeter, depois de um processo na Universidade do qual saiu absolvido, mas foi demitido. Para Ernst a medicina alternativa tornou-se uma religião, "uma seita cuja crença central deve ser defendida a todo custo contra os infiéis". Ernst não para de lutar. Ele diz em outro estudo: "quando se abusa da ciência, sequestrada ou distorcida para servir a um sistema de crenças políticas ou ideológicas, as normas éticas patinam. A pseudociência é uma trapaça perpetrada contra os fracos e vulneráveis". "Um cientista no País das Maravilhas" é leitura especial para todos que se interessam pelo assunto.
Acaba 2015! O ano de notícias ruins pesquisadas no Google.
Este é o ano que não terminará para os brasileiros. Nunca se viu tanta notícia ruim em 365 dias. O Google acaba de corroborar o que já pressentíamos: as notícias ruins tomaram conta das preocupações nacionais. Veja o Top 10 das informações mais pesquisadas, em 2015, no Google:
Mulheres e religião nos Jogos Olímpicos.
Em Olímpia tinham lugar jogos femininos, os Jogos Hereos, em honra de Hera, esposa de Zeus. Consistia em uma corrida. A única estátua alusiva a esses jogos que resistiu ao tempo está, hoje, no Museu Britânico, em Londres.
Se a presença das mulheres competindo em um jogo era uma raridade, a dos deuses era imensa. Aliás, ao largo do mundo grego se celebravam inumeráveis competições esportivas. Mas havia quatro que ressaltavam sobre as demais: os Jogos Olímpicos, em honra de Zeus, os Jogos Píticos, para celebrar o deus Apolo, os Jogos Ístmicos, para o deus Poseidon e os Jogos Nemeos, honraria devotada ao deus Zeus Nemeo. A regra era simples e eficaz: onde havia um templo importante dedicado a um deus, ocorriam jogos em sua honra.
Na confluência dos rios Alfeo e Cladeo e aos pés do monte Crono, os gregos ergueram o santuário de Olímpia. Ali se realizava o certame esportivo mais importante da antiga Grécia: os Jogos Olímpicos. Os edifícios que o compunham serviam a um duplo propósito: ao culto e ao atletismo e estavam divididos em duas grandes áreas - uma destinada à organização e aos atos religiosos, e outra dedicada exclusivamente à competição esportiva.
No centro ficava o maior dos edifícios - o templo dedicado a Zeus. Em frente do templo ficavam as termas para todos os religiosos e atletas se banharem, e ao lado dos banhos, estava o "bouleoterion" - edifício onde os atletas prestavam juramento perante a estátua de Zeus Horkios (o deus dos juramentos).
Á frente do templo de Zeus estava o "leonideon", onde alojavam os dignitários estrangeiros mais importantes convidados para os jogos. Atrás do templo de Zeus ficava o dedicado a sua esposa Hera e o templo dedicado à mãe Rea. Havia ainda o "gimnasio" - um amplo espaço de 200 metros longitude por 120 de largura onde treinavam os atletas das corridas, do lançamento de dardo e de disco. Outro edifício para os atletas era o "palestra", onde treinavam os atletas da luta, do boxe e do salto. Em uma das laterais do templo de Zeus ficava o "pórtico do eco" que separava o recinto sagrado do esportivo. Recebia esse nome porque o eco repetia a voz sete vezes. E em grandiosidade, havia o "estádio" que tinha capacidade para 45.000 espectadores. Religião e esportes, talvez essa seja a alternativa para os prédios que hoje estão sendo construídos para os Jogos do Rio 2016 e ficarão jogados às ervas daninhas a partir de setembro do próximo ano.
Vinho era liberado nos Jogos Olímpicos?
O debate sobre o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol e nas arenas dos Jogos Olímpicos se arrasta, no Brasil, há tempos. Mas a história dos jogos não poderá ser útil como referencial para a resolução desse problema.
Em um muro do estádio de Delfos foi descoberta uma inscrição datada de 470 a.C.. Quem a descobriu foi o helenista e arqueólogo francês Theóphile Homolle, que a traduziu como: "Está proibido introduzir vinho no estádio. Se alguém o introduzir, deverá congraçar com o deus em honra do qual o vinho existe, fazer um sacrifício para expiar a culpa e pagar uma multa de cinco dracmas, a metade do qual será para o denunciante".
Ainda que essa versão continue sendo aceita por muitos estudiosos, atualmente é dada mais credibilidade à tradução proposta pelo filólogo Carl Darling Buck, segundo a qual a inscrição diz que "está proibido tirar o vinho de dentro do estádio...." para impedir os costumeiros roubos de vinho que nele ocorriam.