Começam os estudos para enviar e sentir um beijo através do celular
Sentir um beijo dado através do celular, reconhecer odores e sabores, serão os próximos passos da comunicação à distância.
Chegamos ao ponto de existir mais celulares que humanos. Passamos mais tempo com eles do que com nossos familiares e amigos. Ele fez surgir uma nova doença - a "nomofobia" é o mal do novo século, diagnosticada quando as pessoas entram em pânico por ficarem sem a companhia desses pequenos aparelhos. Mas tem mais por vir.
A pergunta que os pesquisadores fizeram foi essencial para criar novas referências para o celular: por que teríamos de usar apenas a voz e a visão com os celulares? A partir de então, começaram a estudar as possibilidades de enviarmos, e sentirmos, um beijo para alguém muito distante. Ou sentirmos o cheiro do churrasco que um amigo está fazendo há 1.000 quilômetros de distância. Melhor ainda, sentirmos o gosto do churrasco. Esse é o trabalho desenvolvido pela equipe de Adrian Cheok, um professor australiano que pesquisa na Universidade de Londres.
Ainda que para muitos pareça ficção científica, já conseguimos controlar robôs e helicópteros apenas com a mente. Estamos no limiar do controle de pernas e braços usando o controle do pensamento. É o que se conhece como interação cérebro-computador, que atualmente implica em colocar uma série de eletrodos na cabeça. Com o advento da nanotecnologia (miniaturização de tudo, inclusive dos eletrodos), eles se tornarão tão diminutos que nem lembraremos que os adicionamos aos nossos cérebros. Estamos nos umbrais da comunicação à distância simplesmente com nosso pensamento.
Falo, logo negocio. Falamos para negociar.
A necessidade de negociar teria feito o humano a falar. Segundo uma equipe de cientistas europeus e norte-americanos, somos a única espécie a estabelecer complexas relações comerciais, também fomos os únicos a desenvolver a fala. Eles afirmam que o dom da fala teve grande impulso graças às práticas comerciais de tempos ancestrais, que obrigavam as pessoas a avaliar o valor dos objetos e as intenções do interlocutor.
A novidade está na descoberta de conchas no deserto do norte da Argélia. Elas só existem a mais de 200 km dessa região e tem 120 mil anos. Elas eram perfuradas e usadas como ornamento; também serviam como moedas para as transações comerciais. Ou seja, estamos envolvidos no comércio há muito mais tempo do que se supunha.
Publicado pela revista Science, considerada a melhor do mundo, o trabalho mostra que essa prática comercial antecede até mesmo a agricultura e a escrita. Nenhuma outra espécie animal, incluindo os Neandertais, nossos parentes próximos, deixou evidências como essas. Segundo os cientistas, essas conchas foram levadas de longa distâncias e trocadas pelas comunidades primitivas por outras coisas de valor - produtos da caça e da coleta.
Envelhecimento: cientistas acreditam que poderemos desacelerar ou mesmo parar o relógio do organismo.
A maioria dos mais idosos vive seus últimos anos com pelo menos uma ou duas doenças crônicas, como artrite, diabetes, doença cardíaca ou acidente vascular cerebral. Quanto mais tempo o relógio corporal bate, mais condições incapacitantes enfrentamos. Por tradição, médicos e empresas farmacêuticas tratam essas doenças ligadas ao envelhecimento conforme surgem. Agora, um pequeno grupo de cientistas começou uma abordagem nova e ousada. Acreditam que é possível deter ou até mesmo retroceder o relógio interno do organismo para que todas essas doenças cheguem mais tarde ou nem apareçam. Estudos sobre pessoas centenárias sugerem que a façanha é possível. Tampouco a incomum longevidade de um centenário resulta em declínio de fim de vida. Na verdade, pesquisas com centenas de super idosos sugerem exatamente o oposto. A doença chega mais tarde e só aparece mais próxima do fim. Estudiosos já desenvolveram várias técnicas par aumentar o tempo de vida de macacos, ratos, moscas, vermes e de leveduras. O próximo passo é adaptar essas pesquisas para os humanos.
20 medicamentos e suplementos nutricionais estão em estudo para barrar o envelhecimento.
Um grupo de cientistas examinam 20 medicamentos e suplementos nutricionais em um nível de detalhe que nunca foi possível antes para saber se eles realmente podem afetar o processo de envelhecimento. Um dos exemplos divulgados vem da Universidade de Cardiff, do País de Gales, na Grã Bretanha. No ano passado relataram que pacientes com diabetes do tipo 2 que tomavam o medicamento "metformina" vivam em média 15% a mais que um grupo de pessoas saudáveis que não tinham diabetes, mas eram semelhantes em quase todos os outros aspectos que aqueles que receberam a metformina. Os cientistas desejam comprovar que a metformina interfere em um processo normal do envelhecimento denominado "glicação" - um dos causadores do envelhecimento. A constatação sobre a metformina é notável, pois os diabéticos tendem a viver menos que as pessoas saudáveis. Tomando a metformina vivem mais que os saudáveis.
O rejuvenescimento dos sistemas imunes promovido pelo "everolimus".
Também em 2014, pesquisadores da indústria de medicamentos Novartis mostraram que o "everolimus" melhorou a eficácia da vacina contra a gripe em pessoas com mais de 65 anos. A descoberta foi interpretada como um sinal de que o medicamento, de alguma forma ainda desconhecida, rejuvenesceu os sistemas imunes dos 218 adultos pesquisados. Os problemas do everolimus são o de aumento de aftas naqueles que foram tratados e o custo exagerado - US$ 7 mil por mês para doses adequadas. Por outro lado, são as pesquisas com ele que vem suscitando maiores esperanças para retardar o envelhecimento - já foi demonstrado que aumenta a vida de camundongos, prevenindo doenças como o câncer e revertendo alterações relacionadas à idade em relação ao sangue, fígado, metabolismo e sistema imune.