Mineradora promove recuperação de áreas nativas nos morros de Corumbá
Meta é plantar 145 mil mudas nativas para a recuperação de área equivalemte a 10 campos de futebol
Depois de um período de agressões ambientais, que culminaram com a extinção de córregos e ações judiciais para garantir água a assentados rurais e produtores situados no entorno do Morro do Urucum, nas décadas de 80 e 90, a exploração das reservas minerais (ferro e manganês) de Corumbá e Ladário vem evoluindo para um patamar de sustentabilidade.
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A LHG Mining, que adquiriu ativos da Vale em Corumbá, MS, promove recuperação ambiental nas minas de Santa Cruz e Urucum. Em 2022, a empresa produziu 145 mil mudas nativas e recuperou 100 mil m² de área, superando metas de sustentabilidade. O projeto inclui um viveiro florestal reconhecido por órgãos ambientais, produzindo mudas nativas para replantio em áreas mineradas. A iniciativa visa restaurar o ecossistema local, observando o retorno da fauna nativa, e preserva 1.500 hectares de vegetação. A ação reflete um compromisso com a sustentabilidade e a biodiversidade regional.
Hoje, segundo relatos de técnicos do Governo de Mato Grosso do Sul e engenheiros das mineradoras, um novo sistema de lavagem do minério reduz em até 80% o consumo de água cristalina (pertenceriam ao Aquífero Guarani, segundo estudiosos) e a recomposição ambiental das áreas alterados passou a ser um dos itens da política operacional e mitigatória das empresas.
Esta semana, a LHG Mining, que nasceu em 2022 com a aquisição dos ativos da Vale Mineração na região pela J&F, um dos maiores grupos empresariais do país, anunciou mas um iniciativa ecologicamente bem sucedida: a produção de 145 mil mudas nativas e recuperação de 100 mil m² (correspondente a 10 campos de futebol) de área durante o ano passado, em Corumbá.
“O programa de recuperação contempla as minas de Santa Cruz e Urucum, sendo a primeira a maior que temos atualmente”, detalhou Rodrigo Dutra Amaral, diretor de sustentabilidade da empresa. “A recuperação dessas áreas ultrapassou a meta estipulada para o ano de 2024 pela companhia, contribuindo para a renovação do ecossistema local”, pontuou.
Na mina de Santa Cruz, foram recuperados 61.800 m² de área, enquanto no Urucum, o acumulado foi de 40.700 m². Foram coletados ainda 871,35 kg de sementes e cultivados 145.186 mudas nativas, das quais 91.611 unidades plantadas. O projeto compreende o Programa de Educação Ambiental, com a doação de mudas para arborização nas comunidades em geral.
“Esse é um dos propósitos da LHG Mining, recuperar e devolver essas áreas para as gerações futuras, através da coleta de sementes, produção e plantio de mudas nativas” diz Rodrigo. Com o plantio de mudas nativas temos observado o retorno da fauna na região. Há raposas, quatis, macacos-prego, aves e outros animais que compõem a biodiversidade do Cerrado e do Pantanal”.
Viveiro florestal - Há dois tipos de vegetação durante o processo de recuperação ambiental: as espécies de vegetação campestre (campo de altitude), que ocupam o topo dos morros (onde é feito o plantio), predominando as herbáceas e arbustos, e as árvores de grande porte, que predominam nas áreas mais baixas próximas à base da morraria.
Segundo o diretor de sustentabilidade, quem vem de fora e não conhece as áreas que foram mineradas se surpreende com a biodiversidade. “Não dá para notar a diferença entre uma área que foi minerada e outra que não foi. São locais lindíssimos, com gramíneas, leguminosas e espécies que atraem a fauna nativa da região”, relata.
Ele explica que o replantio integra as ações do viveiro florestal, “um projeto reconhecido pelo Ibama e pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) como pioneiro no setor, por priorizar a produção apenas de mudas de espécies nativas, posteriormente utilizadas para plantio em locais que passaram por mineração”.
Em 20 anos já foram produzidas mais de 2,5 milhões de mudas nativas regionais e a recuperação de 200 hectares de áreas exploradas. o projeto conta ainda com banco de sementes que permite a manutenção das espécies no futuro. No viveiro, são cultivadas 117 espécies de 94 gêneros e 36 famílias botânicas.
Outro ponto essencial, apontado por Rodrigo, é a preservação de 1.500 hectares de vegetação nativa por meio da aquisição e preservação de fazendas no entorno das operações da LHG Mining em Corumbá.
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