Direita e esquerda: as histórias que não te contaram

Quem é de direita? Rose e Andreia estão à direita no espectro politico? Balela, estão naquele lugar onde a imensa maioria dos políticos brasileiros se situam: onde lhes for mais conveniente. Naquele lugar onde o dinheiro cintila e a fama brilha. Aliás, não fazem nem ideia do que venha a ser de direita ou de esquerda... e ambas estavam com os petistas até há pouco tempo, Duvido que conseguiriam contar como surgiu essa dicotomia entre direita e esquerda.

Em Roma havia uma rua…..

Em Roma, tal como a dobradiça de uma porta, havia uma rua à volta da qual toda a cidade girava, uma avenida principal - “cardo maximus”, onde estavam as lojas e que era, em consequência, o eixo da vida urbana. Toda a gente vivia à esquerda ou à direita do “cardo maximus”. Os políticos eleitos do lado esquerdo desse eixo eram, obviamente, de esquerda… e vice-versa. Não havia outra conotação. Apenas a geografia urbana. É como hoje com deputados que são eleitos por Dourados ou por Corumbá. Apenas uma referência geográfica. Nada a ver com ideologia, com escolhas de ideias.

Le Droi du Roi.

A história do nascimento de direita e esquerda e simples e curta. A 5 de maio de 1.789, em Versalhes, o rei Luis XVI declarou aberto os Estados Gerais - uma reunião da nobreza (Primeiro Estado), do clero (Segundo Estado) e dos deputados do povo (Terceiro Estado). Essa reunião só era convocada em tempos de crise. O problema a ser debatido era tão crucial como o atual do Brasil: a dívida, o excesso de despesas. Os deputados do povo tinham menos votos, e reuniam-se à parte dos outros dois; nem sala especifica tinham. A 6 de maio, imitando os ingleses, os deputados do povo declaram-se “Assembleia dos Comuns” e recusam-se a reunir-se separadamente dos demais. O impasse dura um mês. A 10 de junho os deputados do povo apelam aos dos demais Estados para que se juntem a eles.

Começou com três padres.

A 13 de junho, três padres juntam-se aos deputados do povo. No dia seguinte, chegam mais seis padres. Dois dias depois, já são vinte. O rei tá lascado! Como todo autoritário que se preza, fecha a sala de reunião. Os deputados do povo e os padres se reúnem em uma sala onde se praticava um jogo semelhante ao tênis (sala da péla). Juram não se separar até que a França tivesse uma Constituição . É o inicio da Revolução Francesa.

Alguns nobres aderem.

A 25 de junho, 47 nobres juntam-se aos “comuns” e aos padres. O rei, que não é besta, cede. A 9 de julho está reunida a Assembleia Nacional Constituinte. A população toma a Bastilha. A pressão cresce desmedidamente sobre os constituintes; agora todos na mesma sala e votando com o principio “um homem, um voto”.

Adiós direitos feudais.

A 4 de agosto de 1.789, é votada a abolição dos direitos feudais. O resto do mês é passado a discutir o que substituiria esse regime de desigualdade, sustentado na lei e nos privilégios, que tinha durado séculos. Resolveram que, em vez de direitos só para alguns, direitos para todos. A 28 de agosto, estão em plena discussão se o rei teria o direito de vetar qualquer deliberação que fosse aprovada, incluindo os Direitos do Homem e do Cidadão que acabava de ser aprovado.

Direita e esquerda.

Alguns deputados consideravam que o rei era o símbolo permanente do reino e, portanto, poderia vetar o que bem entendesse. Outros, no entanto, argumentavam que os deputados podiam aprovar qualquer lei. Nesse 28 de agosto, os deputados que eram contra o veto do rei entraram na sala e posicionaram-se à esquerda. Aqueles que eram favoráveis ao rei, é claro, foram para o lado direito. A esquerda e a direita politica nascia naqueles dias - entre o 28 de agosto e o 11 de setembro de 1.789. Tal como hoje, aqueles deputados - à esquerda e à direita - só eram consoantes com a questão do veto do rei. Havia uma grande multiplicidade de posições que os separavam. Esquerda e direita, desde o nascimento, tem uma grande pluralidade de pensamentos. É o momento de maior dúvida eleitoral que vivi. Votar nulo? É vergonhoso. Estou com um microscópio, lupa não serve, para encontrar alguma diferença essencial entre as duas candidatas. Ambas se postam à direita, mas espicham tanto essa ideia que chegam à esquerda frequentemente. Se na França estivessem, apoiariam o rei e, ao mesmo tempo, seus adversários.

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