Economia para 2022: crescimento zero ou negativo?
A média da projeção do mercado para 2022 espera que para o próximo ano tenhamos um crescimento pouco superior a zero, algo como 0,5%. É um número muito baixo, mas não é negativo, um crescimento bem fraco. Em função da alta da taxa de juros, único remédio (ruim) que o governo tem para conter a inflação, é esperado que o comércio e os serviços tenham baixa performance. Se acontecer, será um crescimento bem baixo para esses dois setores da economia. Mas a alta da taxa de juros não influencia a agropecuária e nem a indústria extrativa, de onde se espera uma performance um pouco melhor.
Cambio e juros nos EUA.
O mercado mundial está trazendo péssimas notícias para a economia brasileira. Todos esperam que os juros subam nos EUA em 2022. Isso trará desvalorização cambial para o Brasil. Equivale a dizer que a comida continuará cara para o brasileiro, uma vez que a produção do campo continuará sendo voltada para a exportação. Continuaremos com o paradoxo do fazendeiro cada vez mais rico e o povo cada vez mais pobre. Muita comida nos navios e osso no prato.
O governo derrubará o consumo.
O encadeamento feito pelo governo é claríssimo. Aumentará ainda mais os juros, levando a uma queda no consumo. Espera-se uma grande queda no consumo. São as medidas anti-inflacionárias por eles adotadas. Isso também leva a um mercado de trabalho desaquecido. E é óbvio, com poucos postos de trabalho ofertados, as recomposições salariais continuarão como estão: desaparecidas.
Instabilidade eleitoral.
A instabilidade eleitoral também entra nesse pacote. O mercado não espera outras novidades além da PEC dos Precatórios e o furo no teto de gastos, que trazem mais incertezas fiscais. Essas mudanças levaram a alguma convulsão nos juros e no câmbio. Todavia, é perceptível que o governo poderá adotar novas medidas que impulsionem a reeleição de Bolsonaro, caso o Auxílio Brasil não traga melhorias substanciais nas pesquisas. Para investir com um mínimo de segurança, é fundamental que coloquem um olho nas pesquisas eleitorais e outro nos juros e câmbio.