Gasolina e etanol baratos. Mas preços nos postos mostram diesel caro no MS
Preço de combustíveis mostra diesel caro no Mato Grosso do Sul. Gasolina e etanol estão baratos.
Na semana contada pela Agência Nacional do Petróleo de 19 a 25 de julho os preços ao consumidor dos combustíveis apresentou um quadro inesperado: o diesel está caro quando comparado com os outros Estados. Também surpreende os preços da gasolina e do etanol - estão baratos. O litro médio do diesel nos postos de combustíveis em nosso Estado estava a R$ 2,93. Existiam 19 Estados com preço médio inferior ao praticado no Mato Grosso do Sul. Por outro lado, a gasolina ocupava a terceira posição, isto é, somente dois Estados (São Paulo e Paraíba) tem esse combustível mais barato nos postos. E o etanol estava na sexta posição, com o preço médio de R$ 2,20 (apenas 5 Estados apresentaram preços inferiores).
Querem enganar os piratas. A reforma do ICMS e a criação de seus fundos compensatórios é uma tentativa de esperteza.
Os comboios de naus espanholas abarrotadas de prata saiam do Peru em direção a Sevilla onde estava sediada a Casa de Contratação. Esse era o organismo do reino espanhol para controlar a viagem de conquistas que empreendiam os aventureiros que chegaram nas Américas. Muitos navios eram atacados por piratas, especialmente no Caribe. Mas, eles nada mais eram que aventureiros, revoltosos, fugitivos da escravidão e de delitos de toda a ordem em seus países. O grande ato de pirataria se dava em Sevilla, ainda que a fama tenha sido depositada toda no Caribe. Era nessa cidade espanhola que os comerciantes faziam toda ordem de negociatas, driblando o governo, e levando parte substancial da prata peruana para a Alemanha e Itália, países mais seguros que a tumultuada e guerreira Espanha. Os grandes piratas estavam em Sevilla, os pequenos no Caribe. Essa é a verdadeira história da glamorosa pirataria. O governo espanhol atacava os rebeldes localizados no Caribe e não tinha forças, nem organização ou vontade, para segurar os desvios feitos pelos seus comerciantes de Sevilla, assim os cofres espanhóis não recebiam nem mesmo a metade da prata peruana.
A proposta de criação dos fundos compensatórios para os Estados que perderão com a pretensa reforma do ICMS (Mato Grosso está na linha de frente das perdas) se assemelha a essa história. Uma vã tentativa de persuadir os empresários que levaram suas divisas para outros países sem pagar impostos ao fisco nacional. A primeira ideia surgiu com a proposta do Senador Delcídio do Amaral que propunha uma alíquota de 5% para resgatar o dinheiro que evaporou para outros países. O projeto do Senador Delcídio criava o correto incentivo para repatriar capitais. Essa é uma prática comum em muitos países, especialmente europeus, que aprenderam a lição com os desvios ocorridos na época das conquistas. Agora, a alíquota subiu de 5% para 35%. Esquecem-se da esperteza do empresário, tratam-no como tontos. Mas, a ideia é ainda mais incorreta quando entram as estimativas governamentais. O Banco Mundial teria realizado um estudo informal de que seriam repatriados R$ 500 bilhões. Não mostram os critérios de tal estudo que em verdade se aproxima de uma missão impossível. Não passa de uma panaceia. O governo brasileiro que não acredita nesse estudo, vem dando publicidade a outros números; hora seria de R$ 150 bilhões e em outras versões, seria de R$ 100 bilhões. Ninguém sabe, e nem saberá, quanto dinheiro empresarial foi evadido na época da prosperidade brasileira. Como também ninguém sabe quanto desse dinheiro poderá retornar com a alíquota razoável de 5%. Com a alíquota em 35% é bem provável que não retorne nem o dinheiro gasto em Brasília para arquitetar mais essa lambança. A história não faz parte do arsenal de estudos dos poderosos de Brasília. Se consideram mais espertos que os piratas comerciantes que evadiram o dinheiro.
Está tudo misturado. A tendência de consumo eliminou as classes sociais.
Tem gente da classe A na balada da classe C. Também tem gente da classe C na balada da A. Há uma tendência de consumo não classista na sociedade brasileira. É o que estão afirmando todos os maiores pesquisadores de consumo do país. Começa a surgir um tipo de cultura diferente. As baladas, os cantores e os programas de TV que não são baseados por classes. O consumidor está mais baseado em estilos. O jovem é, tradicionalmente, quem antecipa as tendências na cultura e quem rompe os métodos estabelecidos para criar uma coisa nova. Nos últimos dez anos, vimos nascer vários movimentos: a figura do "baby boomer" (crianças nascidas no pós guerra), do digital, do X, Y, Z ou millenium. Depois vieram os adaptados e os nativos digitais. Agora começamos a viver um movimento muito mais fluido e louco, que é a classificação por comportamento. Tornou-se comum uma garota dos bairros mais ricos da cidade subir na garupa de um motoboy e ir à festa em um bairro afastado da periferia de Campo Grande. Ou de jovens de várias classes sociais de São Gabriel irem à mesma festa, na estrada ou em outros locais criados repentinamente.
Existe uma outra forma de enxergar a juventude. Por que temos de classificar as pessoas por idade? A sociedade se tornou mais complexa. Um jovem de 15 anos e o avô dele de 65 gostam do mesmo game. A juventude é antes de tudo uma manifestação de liberdade. E as lojas precisam se apropriar disso, se quiserem se manter ou se tornar relevantes. As tendências se misturaram, estão mais bagunçadas mesmo. A tecnologia nos ensinou a ser dessa forma. Podem ir a um estádio gritar muito, mas isso não os torna torcedores fanáticos. Podem ir a uma festa e ser o DJ da noite, mas não vai acordar DJ no dia seguinte. Se a cultura norte-americana dos anos 90 defendia uma visão de "tribos"- os atletas, as patricinhas, os esquisitos, os nerds - hoje, há uma grande mistura. Agora, o bacana é transitar em qualquer tribo ou em qualquer grupo que não se entenda como tribo.
O jovem na política quer experimentar. Esquerda, direita ou centro. Todas as ideologias são permitidas.
O desafio para eles tornou-se essencial. É uma visão de mundo tirada dos videogames. Desafio, percurso e um prêmio muito claro. Seja em "likes", em dinheiro ou reputação social. Isso tornou-se muito forte no jovem brasileiro. Os jovens querem ser reconhecidos, não famosos. As escolhas fáceis são muito questionadas. Há uma vontade forte de mostrar a sua própria voz. Todo mundo de alguma maneira quer se sentir especial. Na última eleição, o jovem falava muito mais em uma articulação que tenha a ver consigo mesmo, mas que envolva o outro, um pensamento mais coletivo. Havia uma tendência que puxava mais para o centro. Hoje, oscila mais. Vai para a esquerda, direita ou centro, de uma maneira não linear. O jovem é mais permissivo para experimentar, testar coisas novas. Se essas interpretações são difíceis para as lojas que se propõem vender um produto ou serviço, são ainda mais complicadas para os políticos, paralisados no tempo dos panfletos e "santinhos". Eles não entenderam nada.
Sono: o mundo é dividido entre corujas e cotovias.
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Leicester (Inglaterra) descobriu que a preferência entre acordar cedo ou tarde é biológica. Os cientistas analisaram as variações genéticas em moscas-da-fruta, que possuem um relógio biológico semelhante ao dos humanos. Descobriram que o código genético de uma mosca que é ativa desde as primeiras horas da manhã é muito diferente do código das que são mais produtivas à noite. Ou seja, o mundo realmente é dividido entre noctívagos (corujas) e diurnos (cotovias). Agora você poderá dizer no trabalho que a culpa pelo atraso é de seus genes.