Governador Riedel enfrentará difíceis decisões políticas
Riedel é filho e fruto do meio empresarial. Como nunca enfrentou batalhas políticas, não carrega ranços e nem ódios, típicos dos mais calejados na difícil arte de governar. Esse tempo está findando. As eleições municipais são extremamente duras, até violentas. Via de regra, é um embate de destruição dos adversários muito mais do que de projeção do candidato. Será nesse cenário de guerra que o governador terá de sair vivo, não necessariamente vitorioso. Seu candidato, além de chegar ao segundo turno, terá de convencer de que não foi uma má escolha. Mas o mundo político está em franca tensão. Há dúvidas consideráveis da capacidade do candidato tucano alçar voo.
Beto, o Girotto de Terenos?
Não resta dúvida que a máquina de guerra construída pelos tucanos dá bicadas destrutivas certeiras. Costuma acertar o alvo. Também conquistaram os esfarrapados da tropa de Marquinhos Trad. Todos em busca do brilho que está no ar, mas poderá ser fugidio. Por mais fracos que estavam, alguns votinhos a mais levarão para o Beto, por enquanto, o candidato oficial do tucanismo. Apesar dos esforços do governo, há fortes dúvidas sobre a viabilidade dessa candidatura. A pergunta que está colocada nas asas tucanas é: Beto será o Girotto de Terenos? O corvo que conduz as aves ao apocalipse? Seu jeito Dória de ser, com uma postura típica de playboy, vem causando incômodo. O tucanato ainda tem tempo e boas alternativas para mudar, ainda que não deseje. Será um deja-vu, um filme que todos viram? Na época do Girotto, tinha o Azambuja e outros, como alternativa.
Andreia, a prefeita sustentada pelo vácuo.
Tereza Cristina é a verdadeira prefeita de C.Grande. É ela que dá as cartas no ambiente político municipal. Adriane, sem Tereza, é sustentada pelo vácuo. Poucos acreditam que conseguirá se opor ao Beto. No ranking da capacidade política, se aproxima do zero. A questão chave, todavia, não está nela, mora nas relações de parentesco e amizade da senadora com o governador. Riedel não poderá participar das articulações nebulosas que virão para destruir - bem fácil, aliás - a candidatura de Adriane. Além de não entrar na "ciranda de doidos", no jogo destrutivo, proibirá?
A prefeitura não passa de um "puxadinho" do governo.
O que vemos é o contrário. Até o momento, o governador vem sendo o único fiador das parcas receitas da prefeitura. Sem Riedel, a prefeitura entra no caos. Que entendam bem, Marcos Trad deixou a prefeitura de Campo Grande com a metade da receita de ICMS. Caiu de mais de 20% para 13%. Esse percentual equivale a mais de uma centena de milhão de reais por ano. Beto e Adriane. Serão candidaturas que levarão o governador a entrar no campo minado da guerra política? Perderá alguns pontos nas pesquisas de opinião que lhe são muito favoráveis - com mais de 60% de bom e ótimo - para tentar reverter as perdas dentro de dois anos?
Uma tropa com medo e sem comando.
É muito estranho, mas é real. O bolsonarismo é a corrente política hegemônica em Campo Grande. Os políticos afirmam que qualquer candidato que se lance pelo PL, o partido de Bolsonaro, iniciará a corrida eleitoral com um percentual próximo a 20%. Pode ser. Mas, depois da vergonhosa candidatura do Capitão, o medo se alastrou no meio. Tropa sem comando e com medo, nasce derrotada. Para onde migrarão os votos bolsonaristas? Essa é uma questão chave? Aparentemente pulverizarão, serão distribuídos em vários postulantes.
Os dois duros e a sem voto.
André e Rose são cogitados pelos políticos como possíveis candidatos. Tem em comum, elevados potenciais de votos. Mas também carregam em seus ombros cofres vazios. São candidatos duros. Seus partidos depositarão os milhões necessários para enfrentar as candidaturas milionárias de Beto e Adriane? Ninguém sabe responder. Se o dinheiro cair dos céus, serão candidatos fortes. Por ultimo, e por ultimo mesmo, apenas como lembrança, resta a candidatura petista. O petismo é um paradoxo, um movimento quase inercial em Campo Grande. Sem dinheiro e sem voto, provavelmente será uma candidatura à prefeitura olhando para as portas da Câmara de Vereadores. Só elegerá um ou dois parlamentares, como sempre, fraquíssimos, meros cabos eleitorais dos deputados.
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