Governantes, não há dúvida, teremos um repique de covid-19
As eleições terminaram. É hora dos governantes levarem a sério a nova onda da pandemia. Depois de breve período de estabilidade e queda no contágio, os dados de casos diários e internações voltaram a preocupar. A contagem das internações e dos contágios quase dobrou na última semana. Os contagiados passaram de 3.800 pessoas para 6.464. São em torno de 500 pessoas por dia que passam a sofrer os efeitos do vírus. As internações cresceram 40% na última semana.
Quando o excesso de otimismo faz mal à saúde.
O otimismo com o cenário de estabilidade e com a divulgação dos dados positivos de testes das duas vacinas - Oxford e Coronavac - levaram a população a relaxar o isolamento e outras medidas de prevenção, como o uso correto de máscara, o que é apontado pelos especialistas como a principal causa de crescimento das internações.
Erros, erros e mais erros.
O brasileiro só acordou para a pandemia com o filme de terror visto em Bergamo, na Itália. Dezenas de caminhões militares carregavam centenas de ataúdes. Criou-se uma guerra no Brasil. Parcela importante dos brasileiros aderiu ao negacionismo. Primeiro, inventaram que nosso calor conteria a doença. Erraram. Em seguida, embarcaram na ladainha da contenção da doença pelo "efeito manada". Essa teoria significa a matança de dezenas de milhões de brasileiros, depois da morte ou infecção de 60% a 70% da população, quem sobrevivesse inteiro, estaria imune à doença. Novo erro. Foram inventando medicamentos e teorias. Todas voltadas a desafiar o vírus. O vírus venceu. Nos levaram a milhares de mortes. E continuam......
Agora, as mentiras atingem as máscaras.
Uma das mentiras mais comuns sobre o uso de máscaras é que elas produzem hipóxia (falta de oxigênio) é que esta pode provocar náuseas, mal-estar e falta de reflexos. A experiência, nos últimos meses, nos mostrou que não é assim. Os médicos também vêm demonstrando que vivem com máscaras em seu cotidiano sem nada sofrerem. Tampouco há sustentação científica para não usarmos máscara. É só um ato de valentia absurda.
Quem chegará primeiro, a nova onda ou a vacina.
Campo Grande foi uma das últimas capitais brasileiras a enfrentar a pandemia. Os governantes, apesar de claudicarem muito, tiveram tempo mais que suficiente para os preparativos de combate. Apostam agora, passadas as eleições, que a vacina logo estará nos postos de saúde. Ninguém sabe quando os sul-mato-grossenses terão acesso à vacinação. Há chances de que os trabalhadores da saúde e os mais idosos venham a receber as injeções entre fevereiro e março. Mas essas datas não passam de mera expectativa. A nova onda de covid-19 chegará antes da vacina. Já está em nossas portas. É preciso estudo apurado, mas o pico dessa nova onda ocorrerá em dezembro, no máximo em janeiro. Alguns meses antes da vacina. Os governantes não precisam mais se preocupar com votos. Preparem-se rapidamente para a nova onda. Atenham-se a suas consciências.