Máfias distribuem luz e água no Líbano
Beirute arde em revoltas
O governo libanês acaba de aprovar seu mais magro orçamento da história. Assim, conseguira desbloquear 9,8 bilhões de euros prometidos pela comunidade internacional ao país, conseguidos em uma conferência de doadores em Paris, em abril de 2018. Trata-se de uma intende recursos chave para tentar sair de uma crise pior que a do Rio de Janeiro brasileiro. Todavia, a população está nas ruas para protestar contra as medidas de austeridade exigidas pelos doadores a um governo incompetente, que não consegue sair das cordas.
Crise da dívida.
A dívida libanesa alcança 150% do PIB (a brasileira é de preocupantes 76% do PIB). Equivale a 75 bilhões de euros. A prioridade das doações será para uma forte redução dessa dívida.
Incêndios nas ruas de Beirute.
Céticos com as medidas que ameaçam reduzir o já magro gasto público, os libaneses se manifestam pela quinta semana consecutiva. Os últimos a atear fogo nas ruas foram os aposentados do Exército. Temem uma redução de seus baixos proventos. Na semana anterior, foram os funcionários públicos. Antes, eram os empresários. A subida de impostos provocou manifestações massivas em todo o país. E tudo começou com as manifestações pela crise do lixo. Beirute passou muito tempo sepultada pelo lixo. Os dirigentes estão sem crédito com a população.
Luz e água estão sob o domínio de máfias.
Mais de 30% dos libaneses vive abaixo da linha de pobreza, segundo dados da ONU. As infraestruturas caem literalmente aos pedaços. Os cortes de eletricidade são diários. A população sofre o abuso das máfias que controlam a distribuição de luz e água.
Os banqueiros tem 60% da receita nacional.
O retorno da guerra que assolou o país está na ordem do dia. Parece que unirá à imensa maioria da população. A revolta maior é contra os banqueiros, contam com 60% da riqueza do Líbano. O setor agrícola e industrial conta com 11% do PIB. Se estalar uma guerra, os banqueiros só tem de fazer um clic para por a salvo suas fortunas em um banco suíço.
Férias no Líbano para conseguir investimentos em iluminação para Campo Grande.
Essa é a realidade libanesa. Férias é um direito inalienável de todos os brasileiros, inclusive de seus prefeitos. Se tivesse disposição de aprender como controlar povo incendiando as ruas, seria um argumento plausível. Mas aproveitar o período de férias para prospectar investimentos em energia no Líbano é o mesmo que procurar ouro no asfalto da Avenida Afonso Pena. Ledo engano de Marcos Trad em seu amor pelo outrora belo, rico e culto Líbano de seus ancestrais.