Médicos exaustos e doentes... o que esperar da Ômicron
Os primeiros números da ômicron no Brasil dizem que algo como 48% das infecções já são dessa nova variante. É um número de quatro dias. Pela altíssima velocidade de infecção da ômicron, deve ser bem maior neste momento. A maior preocupação é que esse vírus tem 50 mutações. É quase um novo vírus.
Hospitais à beira do colapso.
A primeira informação, vinda da África do Sul, mostrava hospitais abarrotados de infectados. O quadro está se repetindo na Europa e nos Estados Unidos. Alguns hospitais brasileiros já não contam com leitos específicos para covid. Estamos apenas nos primeiros dias da nova onda. Mas há um quadro ainda mais preocupante que a falta de leitos, que provavelmente ocorrerá: os médicos estão exaustos, à beira de ataque de nervos. Há necessidade de contratar médicos que ainda não estiveram na linha de frente. É de esperar uma situação razoável nas UTIs, mas não nas enfermarias.
Nova guerra política pelo lockdown?
Poucos países e cidades estão decretando o fechamento do comércio e serviços. Mas não se entusiasmem, o lockdown está ocorrendo nas empresas pela absoluta falta de funcionários. Neste momento, há milhões de empresas fechadas em outros países devido ao adoecimento de seus funcionários. Não conseguem sair da cama.
Vacinas são efetivas no combate à ômicron?
Além dos informes da África do Sul, a Grã Bretanha acaba de divulgar novos dados sobre a efetividade das vacinas. O estudo diz que as vacinas que os ingleses usaram - Pfizer e AstraZeneca - conseguem impedir que as infecções se agravem. Estar vacinado com duas doses evitaria 50% das hospitalizações, ainda passados alguns meses desde que foram administradas. Receber a terceira dose elevaria a proteção até 88%. Notem bem, os dois informes tratam de hospitalizações e não de adoecimento. Você pode ficar doente, mas talvez não tenha de ir ao hospital.
Um mês e meio de caos.
Os números europeus estão confirmando os da África do Sul. A nova onda é de três a quatro vezes mais veloz que a causada pela delta. Veremos uma gigantesca explosão de casos, de doentes, nos próximos dias. Teremos uma curva ascendente como ainda não vimos durante 20 a 30 dias. Em seguida, veremos um platô, a fase em que não há crescimento e nem queda no número de infectados. O tempo do platô será curto, provavelmente menos de uma semana. A seguir, começará a redução de casos, que é tão veloz quanto a curva de aumento. Somando todos os tempos - crescimento, platô e queda - devemos viver sob o caos da nova onda por aproximadamente um mês e meio.