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Em Pauta

“Não morra”, quem quer comprar longevidade?

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 29/01/2025 08:00
“Não morra”, quem quer comprar longevidade?
São cinco horas da manhã na casa do norte-americano Bryan Johnson, em Los Angeles. Ele levanta da cama, se pesa e checa a temperatura. Ainda está escuro. Ele passa alguns minutos em frente a um grande painel de luz para que o “corpo entenda que é hora de acordar”. Está começando o dia do “vendedor de longevidade”.


“Não morra”, quem quer comprar longevidade?
50 pílulas.

Bryan medita por dez minutos e, em seguida, toma 50 pílulas de vitaminas e remédios. Metade do que ele “comerá” até o fim do dia. Exercita-se por meia hora e vai ao café da manhã: purê de vegetais e pudim proteico. Enquanto prepara a comida, usa um boné equipado com lasers de baixa potência que supostamente controlam a queda de cabelo. A sua última refeição será às 11:00 horas. Depois, jejua até a hora de dormir que sempre é às 20:30 horas. Essa é uma parte da rotina do empresário de 47 anos, cujo objetivo de vida é retardar o envelhecimento ao máximo.


“Não morra”, quem quer comprar longevidade?
Uma clínica em casa.

O empresário é milionário, vendeu uma empresa de pagamentos ao Pay Pal por 800 milhões de dólares. Com tanto dinheiro, consegue manter uma super clínica em sua casa. Além dos aparelhos, há 30 médicos monitorando todos seus órgão, inclusive o pênis - uma aparelho contabiliza suas ereções noturnas. Bryan gasta 2 milhões de dólares por ano com a sua saúde.


“Não morra”, quem quer comprar longevidade?
Os resultados após três anos.

Três anos depois, a jornada deu frutos: os exames indicam que seu coração se assemelha ao de alguém com dez anos a menos, a pele é de uma pessoa com vinte anos a menos e sua capacidade respiratória é de uma jovenzinho com trinta anos a menos. Ele mantém um site - Blueprint - onde disponibiliza um protocolo gratuito.


“Não morra”, quem quer comprar longevidade?
Vendendo longevidade.

O empresário não faz caridade. A Blueprint também vende uma série de produtos, de azeite a suplementos. Por algo como R$ 300, você pode comprar o “mix da longevidade” solúvel em água, que promete benefícios no sono, no foco e na redução de estresse. Uma letrinha minúscula, no entanto, diz que não garante coisa alguma. Além disso, Bryan roda o mundo promovendo eventos chamados de “Não morra”, que reúnem empresários e outros palestrantes antienvelhecimento. Os ingressos costumam custar algo como R$ 1.000. A indústria da longevidade está dando apenas seus primeiros passos. Há empresários, vizinhos de Bryan, que estão investindo bilhões de dólares tentando criar remédios ou tratamentos para que nos tornemos imortais. Sei lá onde chegarão, mas sei que vender imortalidade é como vender pãozinho quente. Não demorará para aparecer um brasileiro nessa mesma corrida. É moleza!

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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