O que acontece quando um cachorro lambe teu rosto?
Este gesto, muito comum, que ajuda os cães a reconhecer nosso estado de ânimo vem desde seus ancestrais. Representa um sinal de submissão e carinho, uma vez que o cachorro é um animal social que faz parte de um clã - nesse caso, do entorno de uma família - e necessita mostrar cortesia ao resto dos membros desse grupo familiar. Com as lambidas, há a liberação de endorfinas que fazem com que o cão se sinta melhor.
Muitos gostam de seus cães quase como se fossem filhos. Inclusive mais que a outras pessoas. Alguns estão dispostos a receber "beijos" em forma de lambidas na cara. Uma cena desse tipo se tornou viral na internet. Uma mulher comparte seu sorvete com um cachorro-salsichinha e depois segue comendo o gelado. Essa é uma prática saudável? O debate está formado na internet. Os especialistas desaconselham o contato da boca do animal com nosso rosto. Temos de nos cuidar dessas lambidas. O focinho do cão colhe tudo que está em volta. Apesar de efetivamente ser um gesto de carinho, pode transmitir-nos patógenos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. As mais comuns infecções decorrentes das lambidas caninas são as bacterianas promovidas pela E.coli, Camplylobacter e Salmonella.
O estudo do ratopín pode levar à cura do câncer e da dor.
A ciência via nesse pequeno animalzinho africano, que cabe na palma de uma mão, como a grande esperança na investigação oncológica. O "Heterocephalus glaber", conhecido como rato pelado ou ratopín rasurado, um extravagante mamífero cujo metabolismo parecia impermeável a qualquer tipo de câncer, naufragou pelos estudos da Universidade de Washington. Os cientistas dessa universidade conseguiram induzir câncer em dois deles. Nunca antes haviam conseguido encontrar algum ratopín com câncer e nem conseguido induzir essa doença no ratinho que vive sob as areias do deserto. Todavia, esses dois casos não invalidam totalmente a continuidade dos estudos, uma vez que seu metabolismo é extremamente eficaz contra o câncer. As especiais características celulares desse animal seguem outorgando-lhe um lugar preferencial na investigação contra o câncer. Mas há outra novidade alvissareira nos estudos do ratopín.
Esse fascinante animalzinho, que vive em colônias, como se fosse formiga, com uma rainha e um montão de soldados e trabalhadores que vivem para serví-la, e por sua extrema longevidade - vive até 10 vezes mais que os demais ratos - agora é estudado por outra característica muito importante: sua insensibilidade à dor. Não sentem nem mesmo queimaduras por ácidos, que fariam saltar de dor qualquer outro mamífero.
Um novo trabalho, publicado na prestigiosa "Cell", uma das revistas científicas mais importantes do mundo, mostrou a descoberta de uma pequena variação genética em um receptor conhecido como TrkA que funciona como uma espécie de fechadura. Perante uma queimadura ou em processos inflamatórios se segrega uma proteína conhecida como fator de crescimento nervoso que se encaixa como uma chave na TrkA. Ao abrir-se a fechadura desencadeia um processo de ativação de neurônios sensoriais para que enviem sinais de dor ao cérebro. No ratopín, esse processo é raramente ativado.
Desse novo estudo esperam encontrar os segredos que levem a novos medicamentos contra a dor humana. Como também na cura de alguns tipos de câncer e no processo incrível de aumento da longevidade. Enfim, entender o metabolismo do ratopín é o sonho de qualquer cientista que se preocupa com câncer, dor e longevidade. Se conseguirem - algo difícil de antever -, teríamos a chave para algo impensável: humanos com 700 anos de vida, sem câncer e sem dores.
A primeira sentença, bilionária, contra um pesticida cancerígeno.
O gigante agroquímico Monsanto acabar de ser condenado a indenizar um jardineiro norte americano. Terá de pagar pouco mais de R$1 bilhão. Enquanto a bancada dos fazendeiros brasileiros luta no Congresso Nacional para liberar esses pós cancerígenos, a Monsanto teve um revés judicial que não pressagia nada de bom para a marca e suas concorrentes. Há milhares de demandas na Europa, EUA e na América Latina correndo nos escaninhos da justiça. O jardineiro indenizado, Dwayne Johnson, crê que o uso continuado do pesticida Rond Up, da Monsanto, o mais utilizado do mundo e fabricado com glifosato, é a causa do linfoma terminal que sofre. É um tipo de câncer do sistema linfático que não têm cura. Paradoxicamente, a própria empresa facilitou a estrondosa derrota judicial.
Johnson se beneficiou do escândalo da divulgação do denominado "Monsanto Papers". A divulgação massiva - menos no Brasil - de informes, comunicações e e-mails da empresa revelados no ano passado. Demonstram que já nos anos 80 a Monsanto duvidava da segurança do glifosato. Suspeitava que era cancerígeno. Desde então, a firma procurava ocultar os preocupantes dados de suas próprias análises. Mas continuava vendendo esse pesticida acreditando que seus "contatos" nos organismos governamentais a protegeria. A Agencia de Proteção do Meio Ambiente dos EUA e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentaria estão, no momento, sob intenso ataque. É claro que suas congêneres brasileiras nem mesmo sabem dizer o que é glifosato e como esse veneno humano foi liberado para a agricultura brasileira. A única instituição que investiu contra o glifosato desde o início de seu uso foi a Agência de Investigação sobre o Câncer, da Organização Mundial da Saúde, que havia alertado que o glifosato era um "provável cancerígeno".