O que você quer ser depois de morto: joia ou tatuagem?
A tecnologia no século XXI nos está aproximando de uma sobrevida digital do cérebro após a morte. Mas é algo muito próximo de uma simulação. O fato de que algo de nós sobreviva em forma de bits não modificará a realidade de que nossa matéria mortal morreu. Todavia nem mesmo esse aspecto está sendo esquecido por esta era de muitas inovações. Para aqueles que não se conformam em ser enterrados ou vira pó guardado em uma urna, o engenho e as tecnologias estão abrindo novas alternativas para todos os gostos. Você poderá orbitar o planeta, virar joia, uma tatuagem, um vaso de porcelana, um disco de vinil, uma pedra submarina ou compostagem para plantar árvores. Escolha.
Você virou uma joia, um disco de vinil ou um vaso de porcelana.
No princípio deste século começou a proliferar a oferta de transformar as cinzas de um ser querido em um diamante sintético. Extraem o carbono do corpo e o submetem a um processo de compressão em alta temperatura. São numerosas as empresas que fornecem esse serviço. As maiores e mais famosas são as suíças Lonité e Algordanza, a norte americana LifeGem, e a britânica Heart in Diamond. O preço inicial é de US$1.000.
A companhia britânica AndVinyly inclui parte das cinzas em um disco de vinil onde pode gravar a voz do falecido ou uma música composta especialmente para ele.
Nos EUA, Cremations Designs mistura as cinzas com um esmalte que é usado para fabricar porcelanas. O falecido vira um vaso de flores. Nos últimos anos a maior popularidade ficou com as tatuagens comemorativas que está sendo realizada com um pouco de cinza esterilizada do falecido misturada com tinta própria de tatuagens. Alternativa barata e eterna. A mesma ideia vem sendo aplicada em pinturas de telas com o desenho do falecido.
Seu corpo vai para a Lua....
Sabe aquela viagem que sempre sonhou e não conseguiu fazer em vida? A companhia Celestis está fazendo os voos com as cinzas dos mortos desde 1997. Um dos primeiros a embarcar nessa viagem foi o criador de Star Trek, Gene Roddenberry. Depois dela, veio a Elysium Space que, em dezembro de 2018, lançou as cinzas de cem pessoas. Esse serviço tem preço de US$2.490. Mas, atenção, as cinzas ainda não estão indo para a Lua. As duas empresas estão lutando para conseguir fechar "pacotes" (férias eternas?) mais baratos para lançar cinzas que fiquem na Lua.
Ajude a criar um jardim marinho com suas cinzas.
Para os ecologistas há duas alternativas que vem sendo bastante procuradas. A primeira converte tuas cinzas em pedra para servir de habitat para a fauna oceânica e, assim, contribuir para a proteção do meio marinho. Mais de 700.000 pedras já foram feitas e depositadas em 70 países. O processo é bem simples, as cinzas são misturadas com cimento formando bolas.
Todas as opções anteriores requerem uma cremação previa. Não é o caso da ultima inovação. Dão um banho de hidróxido de potássio em alta pressão e temperatura no corpo para degradar todos seus componentes químicos. E o corpo,praticamente desaparece.
Há ainda uma alternativa aguardando aprovação de leis nos EUA e na Europa: transformar o corpo em compostagem para plantar árvores. Introduzirão o corpo em um recipiente que conterá aparas de madeira e palha como fonte de carbono. Aplicando calor, as bactérias converterão o corpo em, aproximadamente, 800 litros de compostagem para plantar árvores que se converterão em monumentos vivos do falecido.