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Em Pauta

O risco da palavra escrita ser substituída pela imagem

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/05/2016 08:34
O risco da palavra escrita ser substituída pela imagem

Se o mundo continuar o processo no qual a palavra escrita está sendo substituída pela imagem, corremos o risco de que desapareça a liberdade, a capacidade de refletir e de imaginar, até mesmo de instituições como a democracia. Seria o pesadelo de Orwell, de uma sociedade transformada em robôs, onde tudo é organizado por poderes invisíveis.

Não é crível que isso possa acontecer, mas há um avanço incomensurável da cultura da tela. Ela começa a dominar todos os meios de comunicação utilizados pelos humanos. É, em regra, puro entretenimento. Um passo para abolir o pensamento crítico. Na leitura há um esforço criativo e intelectual que quase é eliminado com o visual. A leitura também entretém, mas produz um efeito profundo, cria cidadãos mais responsáveis e críticos.

O risco da palavra escrita ser substituída pela imagem

Estar ocupado não significa ser produtivo.

É fundamental que, nestes tempos de dificuldades econômicas, as empresas e órgãos públicos passem a distinguir funcionários que estão permanentemente "ocupados" daqueles que são de fato produtivos. Em alguns momentos manter-se extremamente ocupado implica necessariamente em ser menos produtivo, pois há menos tempo para reflexão. Há necessidade de serem adotadas práticas que forcem a pensar sobre cada passo do trabalho.

Uma das maiores mudanças no mundo do trabalho é a capacidade de modificar prioridades. Há uma imensa maioria de empresários e gestores públicos sentados em uma lista de prioridades construída há muito tempo. Elas estão obsoletas. Aqueles que são efetivamente produtivos são capazes de refletir e de modificar prioridades. Eles se forçam a identificar, até mesmo diariamente, as tarefas mais importantes.

O risco da palavra escrita ser substituída pela imagem

A "difícil" vida de um inspetor culinário.

O Guia Michelin de gastronomia é o mais respeitado do mundo e premia os melhores restaurantes com estrelas de uma a três. O paulistano D.O.M é o único brasileiro a ostentar duas estrelas, o Maní, também em São Paulo, tem uma.

Para avaliar os restaurantes pelo mundo, o Guia Michelin contrata inspetores. Cada restaurante é visitado de duas a três vezes e pratos diferentes são experimentados antes da classificação final. O Guia Michellin procura fazer com que esses inspetores tenham uma experiência à mesa como a dos outros clientes em geral. Há 160 restaurantes que estão no "Guia Michellin Rio de Janeiro & São Paulo". Há 18 deles com uma estrela e 30 são "bib gourmand" (boa relação custo/benefício).

A remuneração de um inspetor do Guia é tão sigilosa quanto a identidade desses profissionais. No entanto, o guia garante que os salários são competitivos e não aceitam terceirização. Há grande procura pelo posto de inspetor do Guia, mas eles alertam que há uma grande diferença entre o sonho e o glamour de ser um inspetor e a atividade real de inspecionar. É complicado, afirmam os diretores do Guia. O inspetor vai sozinho ao restaurante, muitas vezes comem duas refeições por dia, cinco dias por semana. Depois de cada refeição, precisa fazer uma análise muito detalhada do restaurante. Ela poderá ser referendada por outro inspetor ou não. E, garantem os diretores, os inspetores não vão só em restaurantes glamourosos, comem muita coisa ruim. Ainda assim, como é "difícil" a vida de um inspetor culinário.

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