Obesidade: exercícios têm ínfima influência na perda de peso
Há pouco dias, escrevemos sobre as últimas pesquisas que mostram a enorme complexidade do cérebro humano no que tange à obesidade. Temos um verdadeiro labirinto cerebral administrando ganho e perda de peso. Consequentemente, as dificuldades para perdermos peso, são como sair de um labirinto: dificílimas. Mas há pesquisas, ainda mais recentes, que mostram a quase nulidade do outro braço da perda de peso: exercícios físicos. Conforme esses estudos, qualquer exercício físico, infelizmente, têm ínfima influência na perda de peso.
Entendendo o denominado "gasto energético basal".
Para entender essa insignificante influência dos exercícios sob a perda de peso é necessário compreender o que é "gasto energético basal". Muitos médicos e cientistas passaram a afirmar, após as novas pesquisas, que, pelo contrário, os exercícios físicos são "uma péssima maneira de se perder peso". A base dos exercícios é o gasto de energia. E eles são ineficazes porque o gasto de energia na prática de exercícios físicos corresponde tão somente a 30% do nosso gasto de energia total por dia. É muito pouco. O nosso corpo gasta muita energia por dia com ou sem exercícios físicos. Gastamos energia, principalmente, no fígado e no cérebro, para nos mantermos vivos, esse é o "gasto energético basal".
Fígado e cérebro gastam muita energia. Músculos não.
Órgãos, como o fígado e o cérebro, gastam enormes quantidades de energia por dia só para nos manter vivos. O fígado, realizando grande número de transformações metabólicas de tudo que comemos e armazenamos. O cérebro gasta muita energia nos fazendo pensar e coordenando as outras funções do corpo. Não há termo de comparação com o diminuto gasto de energia muscular, originário dos exercícios físicos.
A compensação.
Para piorar, os estudos demonstram que ocorre uma compensação no gasto de energia decorrente de exercícios físicos. Quanto mais energia gastamos com exercícios físicos, menos gasto energético basal ocorre. Dizem os cientistas que, em média, há uma compensação de 28%. Isto significa que, se você gastou 100 calorias com uma atividade física qualquer, seu gasto com o fígado e o cérebro só poderá chegar a tão somente 72%. Falta energia no cérebro e no fígado, lugares onde não pode faltar nem uma caloria.
Em obesos, a compensação chega a 49%.
Se, para quem não é obeso, a compensação energética chega a inadmissíveis 28%, para obesos essa compensação pode chegar a 49%. É uma compensação muito perigosa. Deixar cérebro e fígado sem energia é algo inaceitável.
Boa notícia para preguiçosos?
Aparentemente, essa é uma boa nova para preguiçosos. Mas, essas pesquisas trazem a confirmação daquilo que já se imaginava. Efetivamente, os exercícios físicos, se quase nada valem para obesos, valem muito para idosos. Está confirmado, cientificamente, os efeitos dos exercícios físicos em aumentar a massa muscular. Eles previnem a perda de músculos que sofremos com a idade avançada.
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