Os mosquitos dizem que não somos iguais
A Declaração Universal dos Direitos Humanos dizem que somos todos iguais. Os mosquitos não concordam com a lei. As picadas dos mosquitos pouco molestam algumas pessoas, outros chegam a ter feridas. Há um "conhecimento" muito popularizado afirmando que os pernilongos preferem quem têm sangue doce. É falso. O que influi é o odor corporal. E este é um fator muito pessoal, condicionado pela temperatura corporal - mais nos picam quanto mais quentes estivermos - os hormônios e os cosméticos que usamos.
As injustiças perante as picadas dos mosquitos não param por aí. Para alguns uma picada de mosquito lhe traz tão somente uma pequena perfuração cutânea, mas em outros, aparecem enormes erupções, verdadeiras crateras na pele. Aqui, o que está em jogo é a reação imunológica de cada pessoa à saliva do intrépido inseto. E isso depende da predisposição natural, assim como da frequência e das picadas prévias. Em outras palavras: quanto mais for picado e ferido o corpo entenderá que não é um ataque mortal e deixará de reagir rápida e violentamente. Então não temos o que fazer? Há os repelentes. Alguns são mais eficazes que os outros.
Eficácia dos repelentes corporais químicos
À venda nas farmácias, seu principal componente é o DEET (dietiltoluamida). Nas regiões com maior quantidade de pernilongos é necessário prestar atenção na concentração: nunca menos de 50%. A eficácia é muito alta, mas seu efeito dura de 4 a 6 horas, dependendo da água que chegar a teu corpo e do suor. São mais eficazes no formato de creme do que em spray porque se fixam mais, mas esse formato é mais incomodo. E quando temos de aplicar algum protetor solar é necessário não incorrer no erro de passar no corpo o repelente em primeiro lugar. É o inverso. ]
Obrigatoriamente temos de aplicar o protetor solar para depois passarmos o repelente. Do contrário criaríamos uma capa oclusiva que favoreceria uma penetração excessiva do repelente. O problema é que o protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas e não é recomendável abusar dos repelentes químicos por seu potencial efeito tóxico.
Repelentes aplicados nas roupas
Nos trópicos, onde os mosquitos tomam conta do ar, eles são raros. Os repelentes de pernilongos aplicados nas roupas são compostos por Permetrina a 25%, o mesmo princípio ativo que aniquila os piolhos. Não podem ser aplicados na pele em hipótese alguma. É uma neurotoxina que pode causar muitas irritações. É conveniente calçar luvas para aplicá-lo na roupa, bem como usar em um local ventilado. Afaste-se 30 centímetros da roupa e o aplique em generosas quantidades. A roupa estará úmida. Deixe secar antes de usá-la. O repelente aguenta de 4 a 6 lavagem das roupas. É bastante eficaz, mas não pode ser manuseado sem os devidos cuidados.
Repelentes plugados na tomada elétrica
São muito válidos contra uma quantidade grande de espécies de mosquitos. O problema é que criamos o mau hábito de conectá-los à tomada durante a noite, quando, em verdade, a maioria dos mosquitos têm hábitos diurnos, nos atacam mais durante o dia. Como funcionam? O ingrediente ativo é a Praletrina, um tipo de piretróide tóxico para os mosquitos mas seguros para seres humanos e animais de estimação. São encontrados em formato líquido ou em pastilhas que se volatizam pelo calor advindo da conexão elétrica. Não fazem ruído. Nos dá uma sensação de proteção.
Vitamina B é repelente de mosquito?
Nos últimos anos vem crescendo a procura pela vitamina B para afugentar mosquitos. O odor que provocariam no suor afugentariam os pernilongos. Mas, como quase tudo com as vitaminas - não existem estudos que possam garantir essa alternativa. É melhor não acreditar. Ainda que todas as sociedades ocidentais vejam os comprimidos de vitamina como um medicamento mágico, capaz de resolver inúmeros problemas. Acreditem, não existe um só comprimido de vitamina que tenha qualquer efeito em nosso organismo. O único lugar que esses comprimidos atuam é em nossos bolsos. São caros e ineficazes.
Velas aromáticas contra mosquitos
O cenário até pode ser romântico. Velas acesas em um ambiente aconchegante. As velas contra pernilongos levam Citronela. Se difunde através da fumaça. É certo que esse aroma afugenta um pouco os mosquitos, mas por pouquíssimo tempo. Para ter efeito, teríamos de nos meter na fumaça o tempo todo, algo de adversas consequências respiratórias. Se correr uma suave brisa, as velas contra mosquitos não produzem efeito algum.
Repelentes naturais
Os possíveis efeitos tóxicos dos produtos químicos favoreceram a comercialização dos repelentes corporais de origem natural. O melhor é o óleo essencial de eucalipto. Cria uma zona de 4 centímetros ao redor da pele que é muito desagradável para o mosquito. Se ele não se aproxima, não nos pica. Todavia, seu efeito só é válido por 4 a 6 horas, variando de pessoa a pessoa.