Por que o agronegócio apoia Bolsonaro? Não é por dinheiro
Mário Sérgio Lorenzetto | 07/10/2022 08:36
O agronegócio é um setor da economia bastante beneficiado por medidas econômicas como isenções fiscais. Um exemplo é a ausência de cobrança de impostos de exportação sobre produtos da agropecuária, que começou no governo FHC. Além disso, o setor conta com incentivos na forma de créditos favoráveis, bem melhores que de outros setores da economia. Mas, se o dinheiro entra no bolso do fazendeiro, o número de empregos caiu nos últimos dez anos.
O agro sob Lula.
Lula governou o país em um momento favorável para 2004 e 2011, o mundo passou pelo denominado "boom de commodities". Dinheiro voltou a entrar no bolso do fazendeiro como há décadas não ocorria. Na pecuária, o governo fez a aposta em empresas do setor de processamento de carne. Se acertou economicamente, errou feio no plano político. O escândalo dos irmãos malucos da JBS foi um momento de tensão. Até a descoberta do pré-sal, houve também uma forte aposta nos biocombustíveis. Ainda que sob bombardeio dos ecologistas, aprovou o uso de transgênicos. E, de forma inédita, entregou o cargo de ministro da Agricultura para o setor escolher Roberto Rodrigues. Particularmente, no Mato Grosso do Sul, parcela substancial do agronegócio, especialmente na pecuária, militou ao lado do PT. Aparentemente, não há motivos para o agronegócio odiar Lula. Mas é só um lado da moeda.
Lula governou o país em um momento favorável para 2004 e 2011, o mundo passou pelo denominado "boom de commodities". Dinheiro voltou a entrar no bolso do fazendeiro como há décadas não ocorria. Na pecuária, o governo fez a aposta em empresas do setor de processamento de carne. Se acertou economicamente, errou feio no plano político. O escândalo dos irmãos malucos da JBS foi um momento de tensão. Até a descoberta do pré-sal, houve também uma forte aposta nos biocombustíveis. Ainda que sob bombardeio dos ecologistas, aprovou o uso de transgênicos. E, de forma inédita, entregou o cargo de ministro da Agricultura para o setor escolher Roberto Rodrigues. Particularmente, no Mato Grosso do Sul, parcela substancial do agronegócio, especialmente na pecuária, militou ao lado do PT. Aparentemente, não há motivos para o agronegócio odiar Lula. Mas é só um lado da moeda.
O agro se enamora por Bolsonaro.
A gestão de Bolsonaro foi marcada pelo aprofundamento do protagonismo do agronegócio na política nacional. Há muito tempo não se via tanto empenho de um setor da economia por um político. Foi um momento de desregulamentação ambiental e pelo desmonte de políticas de proteção ao ambiente, favorecendo alguns setores do agro. O símbolo dessa atuação foi a frase histórica "passar a boiada", dita pelo ministro do Meio Ambiente. A gestão de Tereza Cristina agradou os produtores rurais. Defendeu bem as linhas de crédito, além de fortalecer o programa de seguro rural. A gestão de Tereza Cristina ajudou a expandir o agro brasileiro a novos mercados e, garantiu, sob nuvens de tempestade, os excelentes negócios com a China.
A gestão de Bolsonaro foi marcada pelo aprofundamento do protagonismo do agronegócio na política nacional. Há muito tempo não se via tanto empenho de um setor da economia por um político. Foi um momento de desregulamentação ambiental e pelo desmonte de políticas de proteção ao ambiente, favorecendo alguns setores do agro. O símbolo dessa atuação foi a frase histórica "passar a boiada", dita pelo ministro do Meio Ambiente. A gestão de Tereza Cristina agradou os produtores rurais. Defendeu bem as linhas de crédito, além de fortalecer o programa de seguro rural. A gestão de Tereza Cristina ajudou a expandir o agro brasileiro a novos mercados e, garantiu, sob nuvens de tempestade, os excelentes negócios com a China.
As diferenças entre Lula e Bolsonaro na visão dos fazendeiros.
A maior diferença entre as gestões Lula e Bolsonaro pertencem ao passado. Sob Lula, um clima de medo se instalou entre os fazendeiros que temiam as invasões do MST e dos índios. As indígenas, patrocinadas pela Funai. Mas, sozinhas, as invasões não explicam a aversão do agro ao PT. Muitos fazendeiros enriqueceram com as invasões do MST, pagavam um palmo de terra como se fosse um hectare. Como diz Bolsonaro: "o agro me ama". Aí está a chave da questão. Enquanto Lula agride parcela do agro chamando-os de "fascistas", Bolsonaro faz juras de amor eterno. A crise profunda entre petistas e o agro é de relacionamento. Casamento que deu xabú. Virou divórcio litigioso.
A maior diferença entre as gestões Lula e Bolsonaro pertencem ao passado. Sob Lula, um clima de medo se instalou entre os fazendeiros que temiam as invasões do MST e dos índios. As indígenas, patrocinadas pela Funai. Mas, sozinhas, as invasões não explicam a aversão do agro ao PT. Muitos fazendeiros enriqueceram com as invasões do MST, pagavam um palmo de terra como se fosse um hectare. Como diz Bolsonaro: "o agro me ama". Aí está a chave da questão. Enquanto Lula agride parcela do agro chamando-os de "fascistas", Bolsonaro faz juras de amor eterno. A crise profunda entre petistas e o agro é de relacionamento. Casamento que deu xabú. Virou divórcio litigioso.
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