Portugal é a nova Finlândia: referência em educação
A grande melhora na educação portuguesa começou com a nomeação de um ministro que não se interessa por ideologias. Com 38 anos, o bioquímico Tiago Randão Rodrigues, abandonou seu posto na Universidade de Cambridge para converter-se no ministro de educação mais jovem da história portuguesa. A imprensa internacional descreve atualmente Portugal como a "estrela emergente da educação" por seus avanços nos exames PISA. Há poucos anos ocupava os últimos lugares nesses exames mundiais.
A autonomia das escolas.
Nem à direita e nem à esquerda. Pela vertente da autonomia das escolas, esse o caminho tomado por Portugal. A outra decisão foi a da continuidade das despesas na educação. Nada de modismos, nem de "gurus" ou "gênios ". Portugal gasta 5,1% de seu PIB em Educação. Do outro lado do Atlântico, o Brasil gasta 6% para piorar ainda mais aquilo que já era terrivelmente ruim. Sai a cartilha para ensinar gays, entra a panfletagem presidencial.
Pequenas mudanças para grandes avanços.
A decisão do ministério português foi de investir maciçamente no ensino infantil. Sistema verdadeiramente gratuito para as crianças, inclusive nas escolas que eram dos mais ricos, um eficaz plano nacional de leituras contemporâneas (colocaram em segundo plano os velhinhos da literatura portuguesa) e um programa envolvente e apaixonante das matemáticas, fizeram enorme diferença. A outra mudança foi a de acrescentar duas horas diárias para os estudos infantis nas escolas. Além disso, criaram 130 conjuntos de escolas que merecem mais atenção e investimentos. São aqueles situados em zonas empobrecidas que são classificados como de "intervenção prioritária".
A autonomia curricular.
Dentro do currículo nacional, as escolas trabalham 25% do programa com sua própria estratégia. Se desejarem, podem realizar a fusão de Matemática com Física e de História com Geografia. Os professores de Biologia, Química e Filosofia ficam na mesma sala de aula e vão atendendo os alunos particularmente, com assuntos preferenciais como o uso das drogas.
O ministério não é impositivo. Parte da premissa que quando confiam nos professores, eles respondem. Não tratam docentes como dementes. Mas cobram resultados: especialistas das universidades e inspetores visitam as escolas, por uma semana a cada semestre, e emitem informes. Não há essa mutretagem tão brasileira de "passar aluno a qualquer custo", sinônimo de péssima qualidade educacional.