Teu amigo é um psicopata não diagnosticado
Nada menos de cinco milhões de brasileiros são incapazes de sentir emoções. Eles podem até matar sem culpa e estão incógnitos ao seu lado. Agora, a ciência começa a desvendá-los. Observe bem, ele pode viver a teu lado.
Primeiros comportamentos na infância.
Tinha alguma coisa errada com Pedro (nome fictício). Desde quando era pequeno, quatro anos de idade, a mãe achava que ele não era uma criança normal. O guri não tinha apego a nada, era frio, não obedecia a ninguém. O problema ficou claro aos nove anos. Pedro roubava os colegas da escola, os vizinhos e dinheiro em casa. Também passou a expressar uma enorme capacidade de fazer os outros acreditarem no que inventava.
Comprando…….
Pedro, aos dezoito anos, comprou um apartamento fiado. Enganou a construtora com documentos falsos. Quando um primo da mesma idade morreu de repente, ele só disse “que pena”, e continuou o que estava fazendo. Tinha alguma coisa muito errada com o rapaz.
Diagnósticos furtados.
Em busca de uma solução, a mãe passou anos rodando com o filho em psicólogos, pediatras e até em benzedeiras. Para todos, ele não passava de um garoto normal, com vontades e birras exageradas. E só. Diziam que era mimo em demasia, que os pais não souberam impor limites. Mas uma pista surgiu.
Uma entrevista sobre psicopatia.
A mãe leu uma entrevista sobre psicopatia e resolveu procurar psiquiatra especializado no assunto. São raros. Então descobriu que o filho sofre da mesma doença de alguns assassinos em série e também de certos políticos, lideres religiosos e empresários. Tem até um ex-policial do Estado medalhado. Pedro não é um assassino, mas sofre do mesmo problema deles: uma total falta de compaixão, nenhuma culpa pelo que faz ou medo de ser pego. Também tem inteligência acima da média e grande habilidade para manipular pessoas próximas.
Monstros ou doentes?
Nós costumamos chamar pessoas assim de monstros, gênios malignos ou coisa que o valha. Mas, para a Organização Mundial de Saúde, eles tem uma doença, ou melhor, uma deficiência. O nome mais conhecido é psicopatia, mas também se usam termos como “sociopatia” ou “transtorno de personalidade antissocial”. Com um ou outro nome, não se trata de raridade. Há consenso entre os estudiosos que eles são de 1% a 3% da população. Isso equivale a uma multidão equivalente a cinco populações de Campo Grande. Dessas, poucas seriam violentas. Mas são predadores sociais. Racham famílias, se aproveitam de vulneráveis e deixam carteiras vazias por onde passam. Podem estar em teu escritório. São encontrados, de baciada, no mundinho politico. Ganham promoções e ascensões puxando o tapete de colegas.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.
