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Em Pauta

Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/12/2014 08:25
Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades

Trabalhador volta em massa para o Brasil, mas está desorientado

O Ministério das Relações Exterior diz que o número de brasileiros vivendo no exterior caiu vertiginosamente. Só do Japão retornaram em torno de 50 mil brasileiros (de 230 mil para 180 mil). Dos Estados Unidos, o retorno foi ainda maior: algo como 400 mil brasileiros voltaram.

Especialistas em fluxo migratório e o próprio Ministério alertam para um fenômeno que, até há pouco tempo, era praticamente invisível no radar da criação de políticas públicas: o crescente número de brasileiros que, após anos morando no exterior para trabalhar, voltam ao Brasil em busca de oportunidades.

A preocupação atual do governo é impedir que, sem apoio ou orientação para se reintegrarem ao mercado de trabalho brasileiro, muitos desses retornados acabem indo embora novamente, por falta de opção.

Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades
Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades

Governo precisa capacitar retornados da mesma forma que apoia refugiados

O brasileiro retornado está sem apoio algum dos órgãos públicos. Até os haitianos e estrangeiros de outras nacionalidades já contam com canais eficientes para encontrar trabalho e ainda com uma rede que lhes dá apoio. Sempre recriminando qualquer tipo de xenofobia, é interessante saber que os estrangeiros que chegam ao Brasil gritam a palavra "refúgio" e, imediatamente, estão cobertos por uma rede de apoio. A Polícia Federal dá um visto, ele recebe a Carteira de Trabalho e as empresas já passam a recrutá-lo. O roteiro do brasileiro que retorna é ruim. Chega no aeroporto e não existe nenhuma organização onde ele possa gritar por socorro. Sem xenofobia, mas os brasileiros necessitam dos mesmos canais criados para pessoas de outras nacionalidades.

Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades
Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades

Brasil: 200 milhões de habitantes e 100 milhões de processos na Justiça

A propalada reforma do Judiciário brasileira não evitou o excesso de processos e a morosidade. O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra

Martins, diz que: "a Emenda 45 (Reforma do Judiciário) prometeu mais do que ocorreu". "Foi uma espécie de propaganda enganosa", ao se referir ao tempo médio dos julgamentos. Muitos membros do Poder Judiciário entendem que a reforma não foi suficiente para reverter o quadro de agigantamento do Judiciário.

O país possui 91 tribunais, 200 mil leis em vigor, 15 mil varas, 20 mil juízes concursados e 60 mil legisladores. Há três vezes mais pessoas legislando do que aplicando as leis. Começam a sugerir uma nova reforma. O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Renato Nalini, diz que: "se temos quase 100 milhões de processos num país de 200 milhões de habitantes, a Justiça está enferma, está doente. É muito mal utilizada, porque não é possível que haja 100 milhões de problemas".

Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades
Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades

Mais educação aumenta reivindicações de direitos

A reforma não solucionou a morosidade, principal problema da Justiça. Os números mostram que apesar de novidades como a súmula vinculante e a repercussão geral, instrumentos eficientes, ainda pode-se levar anos para encerrar uma discussão. A taxa de congestionamento é de mais de 70% - de cada 100 processos que tramitaram em 2013, aproximadamente 29 foram efetivamente finalizados. Em 2011, o número de novas ações havia saltado para 12 milhões de feitos e, em 2013, foram 28 milhões de novos processos. Uma possível explicação é a de que, apesar da morosidade, quem recorre ao Judiciário tende a voltar. A demanda estaria crescendo não pela elevação da renda, mas sobretudo por causa da melhoria da educação e da experiência do brasileiro em lidar com a justiça. Antes, a sociedade queria acesso à Justiça. Hoje quer um Judiciário melhor, mais rápido.

Trabalhadores brasileiros retornam do exterior atrás de boas oportunidades
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O amadurecimento digital

Em uma pesquisa realizada pelo Ibope, o número de internautas que usam tablets, smart TV, games e smartphones cresceu de 36% para 53%. Em um ano, o número de tablets duplicou no Brasil. As pessoas estão buscando mobilidade. Outro dado da mesma pesquisa: 66% dos internautas ouvidos estão assistindo vídeos com os aparelhos móveis. Desse total, o percentual dos que só acessam conteúdo gratuito caiu de 93% para 86%. O crescimento reflete a expansão verificada, recentemente, por serviços pagos como

NetFlix e iTunes. À medida que o internauta adquire maturidade digital, passa a fazer compras e transações bancárias para pagar os serviços existentes à venda na internet.

Três anos para todos os celulares acessarem a internet

O Brasil ainda está longe em ser um campeão digital. Os países mais avançados nesse quesito são a Cingapura, Suécia e Hong Kong. São destaque em infraestrutura, demanda e inovação. O Brasil só é razoável em inovação. Mas, os próximos estudos comparativos entre países deverão trazer os resultados dos investimentos pesados em internet e 4G que foram feitos no nosso país para a Copa do Mundo. Atualmente, ocupamos a modesta trigésima quarta posição no ranking que ordena 50 países. O único destaque de razoabilidade é o vigésimo lugar em inovação.

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