Um exame de sangue para detectar doenças instantâneo
De uns tempos para cá, muitas coisas mudaram no mundo. O jeito que você escuta música mudou. O jeito que você paga suas contas. E até a maneira que você conversa. E se tudo isso ficou mais fácil, porque o jeito que você faz exame de sangue ainda é o mesmo?
Hoje, funciona assim: você vai ao médico e pega suas guias. Vai ao posto de coleta, e retira as amostras de sangue. O sangue é colocado em vários tubos e transportado até o laboratório, onde o exame, finalmente, será realizado. Aí, é só esperar mais um, dois, três dias ou semanas, para pegar os resultados. Com eles nas mãos, retornará ao médico. Um percurso que pode levar um mês.
E se você soubesse que existe uma maneira mais fácil de fazer tudo isso? Pois já existe. Criaram um dispositivo denominado "Hilab". Funciona assim: você vai ao médico e ele solicita algum exame. Ainda no posto de saúde ou na clínica, você tira uma gota de sangue da ponta de seu dedo, sem sentir dor. A amostra de sangue é colocada em um dispositivo que digitalizará suas informações sanguíneas e as enviará para a "nuvem". À partir desses dados, especialistas analisarão o exame e emitirão um laudo em poucos minutos. Você ainda estará no posto de saúde ou na clínica e receberá o resultado.
Esse é um invento da Hi Technologies, desenvolvido com tecnologia Microsoft e Intel. É o primeiro serviço de telemedicina que realiza exames laboratoriais para identificação de Zika, Chikungunya, dengue, hepatite, gravidez, HIV, colesterol total, HDL, hemoglobina, vitamina D, glicemia e muitos outros. O dispositivo Hilab cabe na palma da mão e é quase indolor. Traz o laboratório para a palma da mão do médico ou de sua assistente.
Lavoisier, o revolucionário químico guilhotinado pela revolução.
Em seus primeiros cem anos a química tinha levado muitos tombos. E também muito químicos continuavam com mentalidade de alquimista, como o que descobriu o fósforo por casualidade, buscava ouro na urina. Como na Idade Média, continuavam a falar em "vitríolo", no lugar de ácido sulfúrico. Recorriam a uma substância imaginária - o flogisto - que servia para tampar os buracos de todos os conhecimentos que não haviam mudado desde a Grécia Antiga. Antoine de Lavoisier tirou a química dessa rua sem saída. Apesar de ser um dos maiores revolucionários da ciência, morreu pelas mão de revolucionários políticos. A Revolução Francesa o guilhotinou. Bastou um instante para cortar aquela cabeça, e cem anos depois ainda não tinha surgido nada semelhante. Em 1794 ele estava do lado dos perdedores. Nascido em uma rica família de Paris, herdou uma fortuna aos 25 anos e nesse mesmo ano, foi admitido na Academia Francesa de Ciências. Lavoisier investiu seu dinheiro em uma companhia privada que arrecadava impostos e enfurecia os pobres. Mais de dois séculos depois, nenhuma autoridade no mundo privatiza a cobrança de impostos por causa dessa história. Cortaram a cabeça de quem tentou.
Esse mesmo negócio lhe permitiu montar o maior e melhor laboratório de química não só de sua época, mas de muitas décadas além. Ele tinha obsessão por medir e pesar tudo com exatidão. Foi assim que derrubou a antiga teoria dos quatro elementos - água,ar, fogo e terra. Essa teoria afirmava que a água podia transmutar-se em terra, dentre outras inverdades. Ao ferver a água aparecia um resíduo sólido no recipiente, assim quem se atreveria a duvidar da evidência? Lavoisier duvidou. Com seus precisos experimentos, demonstrou que o recipiente de vidro perdia um peso igual ao do sedimento que aparecia.
Seguiu prosperando ao casar-se com a filha de um diretor de uma rica companhia. Mas a riqueza veio, principalmente, na forma de cooperação e conhecimento. Marie-Anne Pierreti Paulse foi uma das maiores parceiras que um cientista poderia aspirar. Era ela quem anotava todos os experimentos, desenhava todas as ilustrações que facilitaram os debates e traduzia do inglês novas teorias que Lavoisier não conhecia. O casal não se cansava nunca de errar. Mas também de organizar e remodelar todo o pensamento sobre a química. De erro em erro, chegaram ao acerto final: o "Tratado Elementar de Química", de 1789, publicado no ano da Revolução Francesa, explicou que a combustão, a oxidação dos metais, e a respiração dos animais são, em realidade, o mesmo tipo de processo: reações que consomem oxigênio. Ao fazer experimentos em recipientes fechados eles descobriram que as reações químicas não perdiam nem ganhavam peso. Podem queimar esta folha, diziam, que ela se convertirá em fumaça e cinzas, mas a quantidade total de matéria segue sendo a mesma. É a lei de conservação da massa de Lavoisier, a primeira teoria científica da química.
A soja transgênica para prevenir a Aids.
Não existe empresa na história da humanidade mais demonizada que a Monsanto (recentemente fundida com a Bayer). Ela criou a sacarina - posteriormente vinculada ao câncer. Também criou os PCBs - nada a ver com partido comunista - fluídos refrigeradores para transformadores elétricos e motores. Os PCBs também foram vinculados ao câncer. A Monsanto esteve envolvida no Projeto Manhattan, os milhares de homens e mulheres que criaram a bomba atômica. Fabricou o DDT. Se esse produto servia para matar pernilongos, causava infertilidade em humanos. Foi o principal fabricante do Agente Laranja, uma bomba química jogada nos campos e nas cabeças dos vietnamitas. A lista de produtos perigosos fabricados pela Monsanto é longa. Mas nenhum deles causou - e continua causando - tanto impacto quanto as sementes de soja, milho, algodão e de canola geneticamente modificadas. Apesar de que tais sementes são rejeitadas por gregos e franciscanos do mundo todo, não há uma só comprovação científica de que causem algum problema para a humanidade. Mas os ambientalistas de plantão continuam com sua cruzada anti-sementes modificadas. Uma guerra sem quartel. Mas, surge no mapa das sementes geneticamente modificadas, uma pesquisa que parece contar com o apoio de todos.
Uma longa pesquisa realizada pela Embrapa em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) e com a Universidade de Londres está criando um gel íntimo para combater a Aids. O genial é que esse gel é criado à partir de soja transgênica. Os pesquisadores extraíram cianovirina, uma proteína encontrada em algas, e a incorporaram às plantas de soja.
É nessa cianovirina que se esconde todo o segredo da eficiência do gel para prevenir a Aids. Essa proteína se prende à capa do vírus do HIV e impede sua capacidade de ação. É uma armadura imobilizadora viral. A capacidade da cianovirina é superior a qualquer outra molécula. Outras se ligam a apenas um ponto no vírus, enquanto a cianovirina se liga a três pontos. Isso significa que mesmo que o vírus passe por alguma mutação, não conseguirá se desprender da cianovirina.
Só não se sabe ainda em quanto o tempo o produto poderá estar disponível. Precisa passar por teste em que serão avaliados possíveis efeitos colaterais. Será que, finalmente, a Monsanto (agora Bayer-Monsanto) será elogiada por algum ambientalista?