Um maluco no poder
A história nunca foi complacente com os malucos que assumiram o poder. A reputação de louco feroz, capaz de incríveis crueldades, pode ser construída em meros quatro anos de mandato. Para alguns é um período curto demais para construir a fama de maluco. Caio César Augusto Germânico foi um desses. O apelido de Calígula veio do uso contínuo das "caligae", um tipo de calçado dos soldados romanos.
Calígula chegou ao poder pelas mãos do prefeito da guarda pretoriana Névio Sutório Macro. Era tal o poder de um prefeito que por vezes ele assumia a função de segundo homem do Império Romano. Calígula, inicialmente, se mostrava modesto e dono de um discurso apoteótico. Seu reinado começaria sob a égide de todos os tipos de trapaças, enganos e até do assassinato do Imperador Tibério.
Mas quem comandava o jogo a partir de então? Seguramente, Calígula pouco comandava. O imperador não passava de um chefe dos exércitos que devia seu poder a um bando de guerreiros malsinados, que o escolheram para seu comandante. Aparentemente, tudo estava de acordo com as leis romanas. Só que o conjunto abrigado sob a denominação de Império Romano, com um líder louco e incompetente à frente, não era mais que uma gigantesca vigarice. Simplesmente porque por trás de um personagem teatral que desempenhava o papel principal agiam os que o manipulavam.
Calígula se sentia o senhor e mestre de Roma. Sob seu governo, Roma foi ocupada por uma multidão de desocupados e mendigos que se calavam se fosse distribuída comida e providenciadas distrações, como os combates do Circo. Ele se sentia o senhor e mestre de Roma e se regozijava ouvindo elogios a sua pessoa. A bajulação fortalecia sua indomável megalomania. Paralelamente, as críticas e insucessos constantes, faziam desenvolver em Calígula uma paranoia invencível.
Os crimes de Calígula passaram a ser incontáveis. E suas fantasias e excentricidades também. Calígula construiu uma estrebaria feita de mármore para seu cavalo, deu-lhe uma dentadura de marfim e inúmeros empregados para receber as visitas ao famoso cavalo. Por fim, quis transformar seu cavalo em um parlamentar de Roma. Os demais crimes de Calígula passam do incesto, às orgias, assassinatos, roubos e total desrespeito para com as leis. Sempre sob a proteção da guarda pretoriana que lhe garantia o poder. Nada a ver com qualquer prefeito dos dias atuais? Existirá algum prefeito tão maluco quanto Calígula? Elegerá um cavalo para a Câmara de Vereadores?
Esse é um filme que conhecemos... no final, a inflação vence.
Lula e seu partido pretendem minorar o desastre eleitoral que se avizinha em outubro. Defendem a retomada imediata do crescimento econômico. Tal como fizeram em 2014 para reeleger Dilma, pretendem destruir o que resta na economia com fins puramente eleitorais. Não existe a menor possibilidade de algum crescimento sem antes equacionarmos o explosivo endividamento público. Essa é uma premissa evidente e verdadeira, mas também histórica. Outros governantes enveredaram por esse caminho e só obtiveram mais e mais inflação. Em 1963, João Goulart concedeu reajuste para o salário mínimo e para os servidores. A inflação cresceu e o PIB murchou. Em 1979, Delfim Neto tentou retomar o crescimento. A aventura de Delfim, que ele provavelmente esqueceu, dobrou a inflação. Em 1986 foi a vez de Funaro esgrimir o duelo crescimento x inflação. Nova derrota, a inflação mensal atingiu inacreditáveis 14%. Não há margem para dúvida, o que impede o crescimento da economia é a incerteza causada pelo crescimento explosivo da dívida pública e a fragilidade do quadro político. Esse é um filme que conhecemos...
Soja: perda no Sul do estado e ganho no Norte.
O Sul do Mato Grosso do Sul esteve debaixo d'água por muito tempo. Ao menos 130 mil hectares podem apresentar perda total. O Sul de nosso estado deverá apresentar perda de 5% a 10% na produção da oleaginosa. Todavia, a perspectiva de rendimento no norte do estado melhorou. Em setembro do ano passado a região norte enfrentou o atraso de chuvas necessárias para o plantio, mas as chuvas normalizaram até o momento. Houve uma certa compensação. A previsão atual é de termos uma pequena queda na previsão da colheita de 7,4 milhões de toneladas de soja.
Queda até nos produtos de beleza e higiene.
A história pode ser contada assim: havia um setor da economia brasileira que governante algum conseguia diminuir a vendagem, os produtos de beleza e higiene eram imbatíveis. Eram; o governo federal conseguiu a façanha de derrubar suas vendas. Em 2015, o setor somou R$ 42,7 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal. Após mais de 20 anos crescendo dois dígitos, o setor passou por uma retração de 6%. Foram 23 anos de pujança e beleza. Rosto lavado, sem pintura. Cabelos sem shampoo e condicionadores. Cabelereiro? De vez em nunca. Perfumes e esmaltes? Só os falsificados. As belas e cuidadosas mulheres brasileiras foram derrotadas por uma mulher governante.
O conflito do século XXI é entre os fanáticos e nós.
Como curar um fanático? Essa é a pergunta contemporânea que necessita ser respondida por todos. A curiosidade e o humor são armas letais para combater as ideias dos fanáticos. Há quatro "medicamentos" para o fanatismo: humor, diálogo, empatia e arte. O que vivemos neste início de século não é um choque de civilizações, nem um conflito entre Ocidente e Oriente, ou entre ricos e pobres, muito menos entre coxinhas e petralhas, também não é um embate entre evangélicos e macumbeiros, ou entre heterossexuais e homossexuais. É um choque entre os fanáticos e nós. E há fanáticos de todos os tipos e inclinações políticas e religiosas.
A História não é só um campo de batalhas de exércitos, é também um campo de batalha de ideias. E ideia nocivas são vencidas por ideias melhores, não só por armas ou violência. Fanáticos são pessoas desesperadas. Se oferecermos algum raio de vida e de esperança, alguma perspectiva, podemos suplantar uma ideia ruim com uma ideia melhor.
Não existe um fanático com senso de humor. E quem tem senso de humor não se torna fanático. Um fanático pode ser sarcástico, mas não tem capacidade de rir de si mesmo, que é o melhor antídoto para o fanatismo. Curiosidade e compaixão são formas de se colocar no lugar do outro. O que não significa aceitar o ponto de vista do outro, nem oferecer a outra face ao adversário. Fanáticos nunca fazem isso. Amós Oz tem a melhor definição desse comportamento: "fanáticos são pontos de exclamação ambulantes".