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Em Pauta

Um sopro de esperança para quem não têm vida saudável

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/05/2017 07:08
Um sopro de esperança para quem não têm vida saudável

"Ninguém te recomendou que deixe de fumar? Sim, claro, mas os quatro médicos que me recomendaram deixar de fumar estão mortos". Helen Khan, a mulher que deu essa entrevista ao El País, também conhecida como "Happy" (Feliz), fumou durante 95 anos. Faleceu com 110 anos. Ela e seus três irmão são prodígios da longevidade. Viveram com 110, 109, 103 e 101 anos, todos lúcidos e com bom estado de saúde. Seus genes são estudados em um ambicioso projeto denominado "Genes da Longevidade" que deseja demonstrar que existe um fator genético para determinar quantos anos podemos viver.
São 670 pessoas que viveram em torno dos cem anos. Todos asquenazes, que viveram na Europa

Central, especialmente na Alemanha (a palavra "ashkenaz", significa Alemanha). Essa população bastante homogênea, ideal para estudar sua genética. Nir Bazilai, médico da Escola de Medicina Albert Einstein, de N.York, que comanda esse estudo, vai além, provoca todo o atual pensamento de vida saudável apregoado por todas as tendências médicas e diz: "Em torno de 60% de nossos homens centenários e 30% de nossas mulheres fumaram durante um longo período de tempo.Quase 50% eram obesos durante sua vida e menos de 50% faziam exercício. Não fazem nada saudável. Tem genes que os protegem".

Os irmãos Khan, tinham uma mutação de um gene associado a um nível mais alto de colesterol bom. Bazilai afirma que as pessoas que tem essa mutação raramente sofrem de Alzheimer. Outra revelação de Bazilai chocou a comunidades científica. Ele afirma que os pôneis vivem mais que o resto do cavalos. E os cachorros pequenos vivem mais que os grandes.

"Eu não pensava que isso ocorresse em humanos, mas estava errado", afirmou o cientista. Mais da metade dos centenários estudados no projeto não apresentam a atividade correta do hormônio do crescimento, são baixos. Esse mecanismo que permite a longevidade é mais comum em mulheres, conforme o médico. "Uma quantidade baixa de hormônio do crescimento as protege da morte". No meio do ano, Barzilai começará os ensaios clínicos que se confirmados, revolucionarão a medicina. A hipótese de Barzilai, e de muitos experts, é a de que as enfermidades associadas ao envelhecimento - como o câncer, Alzheimer, os ataques cerebrais e os problemas cardiovasculares - podem ser atrasados em bloco.

Um sopro de esperança para quem não têm vida saudável

O harém de "Gênias". Quando as ciências abriram as portas para mulheres

Fazia apenas um ano que ela havia emigrado de sua Escócia natal para Boston (EUA), quando seu marido a abandonou. Era 1880. Williamina Fleming estava grávida e sozinha. Tinha 23 anos. Dadas as circunstâncias, a jovem se viu na obrigação de pedir trabalho como empregada doméstica na casa de Edward Pickering, diretor do Observatório Astronômico de Harvard.

Ante o escasso interesse de seus ajudantes, que contrastava com a bom fazer da empregada doméstica, o homem não tardou a instruí-la e contratá-la para realizar os cálculos do laboratório que comandava. Aquela moça se converteria na primeira integrante do que depois se conheceria como o "Harém de Pickering", uma apelação machista que demonstrava a importância de um grupo de mulheres que iria abrir as portas para o mundo científico.

No fim, elas eram 80 mulheres. Até então, salvo honrosas exceções como Hipatia de Alexandria, na Antiguidade, ou Fátima de Madri, na Idade Média, ambas filhas de importantes cientistas, a ciência era um território inacessível para uma mulher sozinha. A ciência para as mulheres só podia ser transmitida por um homem, fosse pai, irmão ou marido. A irrupção das mulheres nesse mundo exclusivo de homens só ocorreria com Williamina.

O exemplo de Boston, abriu as portas para as mulheres que desejavam ser cientistas na França, na Itália, na Inglaterra e, acreditem, no Vaticano (pertenciam à Congregação Virgem Menina). Foram elas as responsáveis pelas medições em todo o mundo do primeiro projeto científico internacional, denominado "Carta do Céu". Um mapeamento de tudo que existe no céu. Todavia, quase todas morreram sem ter seus nomes reconhecidos. Quando muito apareciam nos estudos como auxiliares. Somente uma, Henrietta Leavit, teve seu nome recomendado para receber o Premio Nobel quatro anos depois de morta. Graças a ela, os cálculos de um tipo de estrela - cefeídas - foi possível computar nossa distância das galáxias remotas e compreender a descomunal grandeza do cosmo.

Um sopro de esperança para quem não têm vida saudável

O trabalho e a felicidade

É curioso que celebremos o Dia do Trabalho sem ele, com feriado. Seria o mesmo que comemorar o Dia das Mães, sem elas. A própria palavra "trabalho", tampouco evoca coisas boas. Essa palavra provem do latim e de um instrumento de tortura que tinha três paus - "tripalium". Mas isso, hoje, pouco significa. Outro termo é tão interessante quanto a palavra "trabalho". "Negócio" não fica atrás, significa "não-ócio". E reconheçamos: existem muitas coisas na vida tão ou mais interessantes que o trabalho. Também há trabalhos duríssimos e degradantes. Dito isto, é hora de desestigmatizá-lo. Necessitamos trabalhar por algo além do dinheiro, o trabalho é o caminho para a realização pessoal, a satisfação consigo mesmo e a felicidade.

O oposto do trabalho é o ócio. Ele também é necessário. Uma pesquisa da Universidade de Chicago mediu a felicidade das atividades cotidianas. "Quando fazemos um trabalho que nos absorve e nos obriga a dar o melhor de nós mesmos, é quando conseguimos nos auto realizarmos e alguns momentos de felicidade", afirmam os estudiosos norte-americanos. Mas para conseguirmos esse trabalho que nos dê alguma felicidade, há necessidade de esforço.
Na cultura latina o esforço não têm tão bom marketing como na anglo-saxã.

E esse fator cultural vem desde a escola. Nos juntamos quando passamos em um exame sem esforço. Desde o colégio, na cultura anglo-saxã, o esforço é considerado algo sério e respeitoso. Aqui, pelo contrário, aquele que é organizado e se esforça, é mal visto pelos colegas. Tampouco seria desejável o trabalhar, trabalhar e somente trabalhar de algumas culturas orientais. Dito isso, é necessário entendermos que o trabalho em si mesmo tem seu valor. É um importante caminho para o auto desenvolvimento e para alguns momentos de felicidade.

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