Zeca do PT, um grilo ronronando para sobreviver
Criii-criii-criii. O som dos grilos é inconfundível. Em alguns lugares seus cacofônicos concertos se associam à chuva iminente, em outros, para prever a temperatura. No calor produzem um som vigoroso e acelerado. No frio da lugar a um som mais lento e espaçado. Em Barbados, seu som é interpretado como presságio de enfermidades ou mortes. O som que escutamos, em realidade, é produzido pelo esfregar de suas asas dianteiras. O extremo posterior de uma delas é friccionada pela superfície dentada da outra.
Para atemorizar adversários.
As fêmeas não tem essas estruturas nas asas. Os cantos específicos dos machos servem para intimidar adversários. Concorrem por melhores alimentos e para seduzir as fêmeas. É uma espécie de arma. Vence quem canta mais alto e tem a sonoridade de um tenor. Em uma remota ilha do Hawaí, acabam de descobrir um tipo de grilo que ronronea, como um gatinho. O motivo é a chegada de uma mosca que carrega parasitos mortíferos para os grilos. Essas moscas são atraídas pelo canto dos grilos. Criii-criii-criii virou sinônimo de desaparecimento. Cantou, dançou!
Como pode um grilo vivo ter medo até do nome.
Zeca do PT foi, um dia distante, um grilo muito másculo. Por pecados seus - e do partido que está em seu nome - passou a ronronar. Perdeu a força. Passou a "vender garrafa vazia", como dizia o velho e sábio Nelson Trad (o pai, que fique claro). Apenas sobrevive às intempéries. Faz um cricrizinho tímido, quase inaudível. Como pode um grilo vivo parar de cantar? É verdade, faz jus ao nariz que carrega, assemelhado ao bico de um tucano.