Volta às aulas, volta do trânsito e a seta nunca mais voltou
Com a volta às aulas, esses dias eu levei o filho de um casal de amigos para escola e me chamou a atenção uma frase que eu ouvi da criança: “Tio Nariz, você é muito mole para dirigir! O meu pai corre e passa no sinal fechado; e você anda devagar e para nos sinais. Por isso que eu tive que acordar mais cedo e sair mais cedo de casa, é porque você é devagar...”
A falta de educação no trânsito pode, de fato, ser refletida pela falta de educação que uma pessoa recebe em casa, mas é um tema complexo que envolve vários fatores. A socialização familiar desempenha um papel crucial na formação de valores e comportamentos, incluindo o respeito às regras e às outras pessoas.
Além da educação familiar, outros aspectos também contribuem para a má conduta no trânsito. Em algumas sociedades, comportamentos imprudentes no trânsito podem ser mais comuns e até mesmo aceitáveis.
A conscientização sobre segurança no trânsito e a educação cívica nas escolas podem impactar o comportamento das pessoas. Infraestrutura inadequada, falta de fiscalização e sinalização deficiente também podem influenciar comportamentos imprudentes. A pressa e a pressão para chegar a um determinado destino muitas vezes levam a atitudes imprudentes.
Observação de comportamentos de outros motoristas ou pedestres pode afetar a forma como uma pessoa age no trânsito. A educação sobre direitos e deveres no trânsito é fundamental para promover um comportamento mais seguro e responsável. Muitas pessoas se concentram em entender e reivindicar seus direitos, mas podem ignorar a importância de cumprir deveres como motoristas e pedestres. É essencial equilibrar essa compreensão, promovendo a ideia de que conhecer os direitos é tão importante quanto cumprir as responsabilidades. Programas que abordem tanto os direitos quanto os deveres dos cidadãos no trânsito podem ajudar a formar uma visão mais completa do comportamento esperado. Isso inclui respeitar as leis de trânsito, cuidar da segurança dos outros e ser um exemplo positivo.
As campanhas de conscientização podem enfatizar que o respeito às normas de trânsito não é apenas uma obrigação legal, mas uma questão de responsabilidade social e respeito ao próximo. Às vezes, a ênfase desproporcional em direitos, sem a devida educação sobre deveres, pode levar a comportamentos irresponsáveis. É crucial que a informação seja disseminada de forma equilibrada. A eficácia da legislação e a visibilidade da fiscalização no trânsito também desempenham um papel em como as pessoas percebem sua responsabilidade. Saber que existem consequências para infrações pode incentivar comportamentos mais responsáveis. Em resumo, é fundamental promover uma educação integrada sobre direitos e deveres, criando um ambiente no qual as pessoas se sintam motivadas a agir de maneira responsável no trânsito, entendendo que a segurança de todos é uma responsabilidade compartilhada.
No entanto, há alguns pontos a serem considerados quando pensamos na relação pedestre (principalmente crianças e adolescentes) e motoristas:
1. Atenção e consciência: atravessar na faixa de pedestres é uma prática correta, mas é fundamental que os pedestres, incluindo jovens, estejam sempre atentos ao tráfego e olhem para os motoristas antes de atravessar. Isso ajuda a garantir sua segurança.
2. Cultura de agradecimento: a gratidão entre motoristas e pedestres pode contribuir para um ambiente mais amigável no trânsito. Quando motoristas respeitam os pedestres e estes também reconhecem a importância do respeito mútuo, isso pode melhorar a convivência no trânsito.
3. Educação para a segurança: programas de educação para jovens que enfatizem a importância da segurança no trânsito poderiam beneficiar-se de incluir a importância de olhar ao atravessar. Isso pode ser abordado em escolas ou por meio de campanhas de conscientização.
4. Comportamento do motorista: é igualmente importante que os motoristas respeitem as faixas de pedestres e estejam atentos a possíveis travessias. A interação respeitosa entre pedestres e motoristas é essencial para garantir a segurança de todos.
5. Tecnologia e distrações: a era digital pode fazer com que as pessoas estejam mais distraídas, seja usando smartphones ou outros dispositivos. Isso pode contribuir para a falta de atenção. Incentivar a desconexão durante a travessia pode ser uma prática importante.
Promover maior consciência, tanto dos pedestres quanto dos motoristas, é fundamental para melhorar a segurança no trânsito e construir uma cultura de respeito mútuo. No trânsito, o bom senso e a cordialidade são fundamentais para garantir a segurança e fluidez; o uso do bom senso ajuda os motoristas a tomar decisões responsáveis e a antecipar situações de risco; a cordialidade, por sua vez, promove um ambiente mais agradável e respeitoso entre os usuários das vias, reduzindo tensões e a possibilidade de conflitos. Isso inclui gestos simples, como ceder passagem, usar as setas, respeitar os limites de velocidade e as regras de trânsito. Cultivar essas atitudes pode contribuir significativamente para um trânsito mais seguro e eficiente para todos.
(*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão. Siga no Instagram @oprofcarlao.
