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Finanças & Investimentos

Bolsa de Valores: Calls? Puts? Entenda o básico sobre operações com opções

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 03/07/2015 08:09

Quando você inicia seus investimentos na bolsa de valores, é comum (e desejável) passar um período analisando as ações e realizando operações simples (e com pouco dinheiro) de compra e venda destes ativos. O aprendizado precisa ser gradual e paciente, sempre! Nesta fase também ocorrem alguns avanços modestos na análise de gráficos, principalmente em busca do comportamento histórico daquela ação que você está pensando em comprar. Neste momento, você geralmente começa a ouvir alguém dizendo que fez uma operação envolvendo opções de ações (que são tipos de derivativos, ou seja, instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de um ativo, que no nosso caso é uma ação de uma empresa).

Calls, Puts, Strike, Hedge, comoassim?

Palavras como “calls” e “puts” passam a deixar você confuso e quando o sujeito diz que “acabou de comprar uma opção de venda de uma ação da Petrobrás”, aí a coisa complica de vez. Como é que é? Comprar uma opção de venda?

Farei um breve resumo sobre estes termos tão utilizados no mundo das ações para que você comece a entendê-los. Temos dois tipos de opções de ações:
- Opção de compra de uma ação, chamada no mercado de “call“;
- Opção de venda de uma ação, chamada no mercado de “put“.

Há também dois tipos de operação que você pode fazer com cada uma das opções acima: a) comprar; ou b) vender. Assim, você pode tanto comprar quanto vender uma “call”, o mesmo valendo para uma “put”. São quatro combinações, portanto. Estas opções de ações definem um valor da ação (também chamado de “strike”), previamente estabelecido, e servem principalmente como instrumentos para minimizar os riscos envolvidos nas variações dos preços das ações no mercado. Em outras palavras, você pode utilizar “calls” e “puts” para proteger os seus investimentos em ações – alguns investidores usam o termo em inglês “hedge” (proteção) para esta estratégia.

Um exemplo para simplificar:

Suponha a seguinte situação: você compra hoje 1000 ações da Petrobrás (código PETR4) ao preço de R$ 13,00 cada uma (investimento total de R$ 13.000,00). Eis que ocorre uma forte volatilidade (oscilação de preços) no mercado e o preço da PETR4 cai para R$ 10,00. Se você tiver apenas as ações em mãos, você verá seu patrimônio diminuir em R$ 3.000,00. Por outro lado, se você ao mesmo tempo em que você comprar a ação, você também comprar uma opção de venda (ou “put”) de PETR4 por R$ 13,00, então, mesmo que ação caia (para R$ 10,00, por exemplo), você estará protegido, pois esta “put” que você comprou permitirá a você exercer o direito de vender PETR4 por R$ 13,00.

Veja que, neste exemplo, a “put” funcionou de forma similar a um seguro de automóvel. Você paga por ela um valor bem menor que o seu patrimônio (as ações). Se as ações permanecem no mesmo preço ou sobem, você não vai usar este “seguro”. Mesma situação se o seu carro não é roubado, nem sofre danos com uma batida. Por outro lado, se as ações caírem, então você exerce suas “puts” pelo preço que você comprou as ações. Mesma situação se o seu carro é roubado ou sofre uma batida grande – casos em que você recebe o valor integral do carro.

Conclusão: Existem várias outras formas de usar “calls” e “puts” como proteção, mas isso fica para outro artigo. Antes de finalizar, quero ainda deixar dois conceitos importantes: Quem compra “calls” ou “puts” tem em mãos um direito (o direito de optar por comprar ou vender uma ação pelo preço previamente estabelecido); Quem vende “calls” ou “puts” tem em mãos uma obrigação (a obrigação de entregar as ações pelo preço previamente estabelecido).

É sempre melhor ter em mãos um direito do que uma obrigação, mas com o tempo você entenderá melhor que todos os cenários têm sua utilidade, dependendo das suas estratégias.Ufa, artigo bem denso e cheio de palavras diferentes, não é mesmo? Vá com calma que você chega lá, e lembre-se de uma lição importante quando estiver operando na bolsa de valores: “O mercado foi feito para transferir dinheiro dos impacientes para os pacientes” (Warren Buffett). Bons investimentos e até a próxima!

Fonte:dinheirama.com.br
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen, criador do portal www.mayel.com.br

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