No recesso os políticos descansam e articulam
PERFIL: Os mineiros têm memória. Aferi isso em Itajubá onde Aureliano Chaves estudou, casou e foi sepultado. Responsável pela criação da Universidade Federal, Deputado estadual, federal, governador e vice-presidente da república. Em 1989 tentou a presidência da República ( 9º lugar). Morreu em 30/04/2003 aos 73 anos de idade.
MINEIROS: Outra figura nacional de Itajubá foi Wenceslau Braz, em cuja casa da família ainda residem a neta e bisnetos. Ele presidiu o país (1914-1918) ao vencer Ruy Barbosa - após ocupar vários cargos legislativos e ter sido presidente de Minas Gerais. Faleceu em 15/05/1966 e também sepultado naquela cidade.
‘PÃO DE QUEIJO’: O poder político dos mineiros é induvidoso. Afonso Penna, Wenceslau Braz, Delfim Moreira, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Itamar Franco e Dilma Rousseff. Portanto, Minas é o estado berço do maior número de presidentes da república eleitos nas urnas.
CONCLUINDO: Segundo maior colégio eleitoral, Minas é decisiva nas eleições presidenciais. Sua diversidade econômica e cultural é fruto de vários fatores, inclusive por estar cercada de povos diferentes: São Paulo, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Pesa ainda a habilidade dos seus políticos ao longo de gerações.
AGRADO GERAL: Fiel ao regimento da casa, mas sem perder a autoridade, agindo com simpatia inclusive, esse primeiro semestre do presidente Gerson Claro (PSDB) é muito bem avaliado não só pelos deputados, como também pelos funcionários e jornalistas. Gerson recebe a todos cordialmente em seu gabinete. Isso é bom sinal.
BASTIDORES: Correu a notícia de suposta crise de governo envolvendo o Secretário de Estado Pedro A. Caravina. Ora! Sempre haverá descontentes com gestores públicos por mais eficientes que sejam. No caso de Caravina, sua função é exatamente essa de escudo para poupar desgastes do Governador. Como se diz: faz parte do pacote de previsões da administração.
BOLA CHEIA: A ex-deputada Rose Modesto continua a sorrir: o TJMS validou o resultado da convenção do ‘União Brasil’ elegendo-a presidente estadual do partido. A sigla era presidida pela senadora Soraya Thronicke, que sem grupo vai perdendo força e brilho. Sem chances de sobrevivência.
PERSPECTIVAS: O jogo político não para em plena ‘entre safra’ o senador Nelsinho Trad (PDS) ingressará no PL ‘abençoado’ por Bolsonaro. Aqui na capital ele tem recebido lideranças e prefeitos na tratativa recursos e emendas parlamentares. O ex-vice governador Murilo Zauthi (União Brasil) passou por lá para um café amigo.
NELSINHO: Os números mostram que desde a sua posse é o senador do Mato Grosso do Sul que mais liberou verbas para os municípios de todas as regiões, sem discriminar tendência ideológica e partidária dos prefeitos e vereadores. . Além disso, tem jogo de cintura, sabe navegar com um bom discurso em todos os mares da política.
‘NÓS E ELES’: O país esteve dividido na Independência, Abolição da Escravatura, Proclamação da República. Agora o fenômeno sócio e político volta a ocorrer com a oposição inflamada e Lula incentivando o confronto ao invés da reconciliação. A questão é se o debate em 2024 será nacionalizado nas capitais e grandes cidades.
1-POLÊMICA: O decreto presidencial sobre colégios cívicos militares e restrições ao uso de armas causam reações. O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) por exemplo, lembra: “todo desarmamento precede uma ditadura...(-)...as mortes violentas caíram 2,4% em 2022, o menor patamar da série histórica... (-)...todo cidadão tem o direito de se defender...”
2-POLÊMICA: “No meio das armas calam-se - a lei e a arrogância das autoridades deve ser controlada”. As pérolas de Marco Túlio Cícero caem como uma luva nos excessos do STF. No arremate recorro a Ruy Barbosa: “A pior ditadura é do Judiciário, contra ela não há a quem recorrer”. Enfim, não pode haver STF de uma só caneta.
MUTRETAS? Depende o olhar de análise. A onda de apostas nas partidas de futebol – com propagandas em horários nobres da TV. provocando interrogações. Qual a garantia de lisura de procedimento? Quem estaria por trás destas empresas? Será que estariam recolhendo os tributos? E até onde as manipulações descobertas serão divulgadas?
O CURIOSO: Leitor volta a questionar a ‘mágica’ de alguns políticos que conseguem ficar ricos mesmo ocupando cargos eletivos e sem tempo para atividades na iniciativa privada. Diz ele: “ (-)...uns usam terceiros comprando fazendas, outros preferem dólares e há até quem estaria no comércio de veículos através de ‘laranjas’...(-)”.
MEMÓRIAS: Relato do ex-presidente J.K sobre as agruras para levar o gerador de energia de 70 ton. de São Paulo à Brasília. Na travessia do rio Paranaíba (MG-Goiás) a balsa não suportou e o gerador imergiu. Sem guindaste, só após 4 meses o gerador foi içado e levado à São Paulo. Neste período foi construída a ponte. Esse é o Brasil de 1960.
RECESSO: Os deputados aproveitam para sair da rotina e visitar as bases eleitorais no interior. Época do café amigo, abraços, convites e de aferir como vai o clima político de cada cidade. O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) batendo asas - é o campeão nesta ‘modalidade’. Nem parece que ficou 8 anos no poder. Está rejuvenescido.
BOLHAS DE SABÃO: Com o parlamento estadual em recesso é normal que a mídia fique carente de notícias do universo político. Aí as suposições ganham espaço nas publicações numa mesmice conhecida e que pouco acrescenta ao leitor. Difícil fazer avaliações palpáveis neste cenário tão distante das eleições de 2024.
DÚVIDAS: Está faltando informações palpáveis, com dados e números inclusive sobre os reais impactos da propalada reforma tributária para o MS. Nossos parlamentares, ‘data vênia, precisam e devem abordar a questão para dissipar as dúvidas da população. Fala-se muito, por exemplo, das possíveis perdas do tributo referente ao gás boliviano que passa em nosso território. E essa é apenas uma pauta.
OBSERVAÇÕES: Hoje, o Mato Grosso do Sul ‘vai bem, obrigado’. Mas não se pode descuidar do futuro, pois os encargos oficiais são crescentes com obras e gastos previstos em lei. Eu fico matutando com meus botões: “vamos depositar a maioria das nossas ‘fichas’ nas florestas de eucalipto? Afinal, a economia globalizada é uma caixa de surpresas ou uma ‘caixa de Pandora’. Tudo pode ocorrer.
INVEJOSOS: Ao atravessar o rio Paraná sentimos a diferença em terras paulistas. Aí bate a comparação cruel, inevitável. Mas convenhamos: são realidades distintas, da ‘água para o vinho’ como se diz popularmente. O problema é que essa geração atual tem outra visão e anseios mais dinâmicos do progresso e do bem estar proporcionados.
Pitaco final:
‘Governo diferente, estado eficiente’ – lema do Governo de MG.