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A síndrome de burnout materno existe?

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 11/10/2024 07:10

A síndrome de bournout é um assunto que vem sendo popularizado devido ao desgasta emocional advindo da sobrecarga de trabalho em ambiente corporativo, a palavra vem do inglês com os termos burn (queimar) out (por inteiro), e ao longo dos anos vem sendo usada apenas e exclusivamente para o esgotamento mental e físico que é causado pela demanda de trabalho exacerbada.

Embora o termo burnout seja frequentemente associado ao ambiente de trabalho, ele não é exclusivo dele, apesar de o burnout tenha sido originalmente pensado para descrever o esgotamento relacionado ao trabalho, ele também pode ser aplicado a outras áreas da vida onde há demandas extremas e contínuas, como assim como a maternidade.

O Burnout materno existe e é uma condição cada vez mais reconhecida. Ele ocorre quando mães, principalmente aquelas que enfrentam muitas responsabilidades sem suporte adequado, experimentam um nível extremo de exaustão física, emocional e mental em relação às suas funções de cuidado e à maternidade, esse sentimento não é novo na maternidade, sempre classificado como esgotamento emocional materno, ele traz através do termo Burnout Materno alguns outros sentidos, como por exemplo, o esgotamento materno refere-se de maneira mais geral ao cansaço extremo que as mães podem sentir, e pode incluir tanto o cansaço físico quanto o emocional,  no entanto, o termo "esgotamento" não tem o mesmo peso clínico que o "burnout".

No termo esgotamento é descrito a sensação de estar exausta e sobrecarregada, mas não necessariamente com o componente psicológico profundo que o burnout envolve. Já o burnout materno, um termo mais específico, que vem da área da psicologia e é usado para descrever uma condição de exaustão emocional, mental e física, resultante do estresse prolongado relacionado à maternidade. O burnout envolve não apenas cansaço físico, mas também uma sensação de distanciamento emocional em relação aos filhos e uma perda de realização pessoal na função materna.

Buscar ajuda, compartilhar responsabilidades e reconhecer os próprios limites são passos fundamentais para lidar com o burnout materno. Terapia, grupos de apoio e estabelecer uma rede de suporte também podem ser essenciais para a recuperação e para o bem-estar da mãe.

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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