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Rede de apoio

Aumento dos casos de feminicídio e o medo constante

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 18/02/2025 13:17

Após o caso da Jornalista Vanessa, assassinada pelo seu ex-noivo, é percebido que nos últimos anos, os casos de feminicídio têm crescido de forma alarmante, refletindo uma realidade de violência de gênero profundamente enraizada na nossa sociedade. Mulheres de diferentes idades, classes sociais e regiões sofrem diariamente com o medo de serem mais uma estatística, o que levanta questões urgentes sobre a proteção das vítimas, a punição dos agressores e a mudança de paradigmas culturais que perpetuam esse ciclo de violência.

O feminicídio é o assassinato de uma mulher pelo simples fato de ser mulher, geralmente cometido por parceiros ou ex-parceiros que não aceitam o fim do relacionamento ou que se sentem no direito de exercer controle absoluto sobre a vida da vítima. Apesar da existência de leis específicas, como a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015) e a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), a impunidade e a falta de efetividade nas medidas protetivas ainda são desafios que comprometem a segurança das mulheres.

Diante desse cenário, muitas mulheres vivem em um constante estado de medo, limitando sua liberdade e alterando suas rotinas para evitar situações de risco, afinal, qual mulher nunca sentiu medo ao passar por um grupo de homens na rua a noite. Esse temor afeta sua saúde mental e emocional, contribuindo para transtornos como ansiedade e depressão, entre outros transtornos mais graves. Para lidar com esse medo, é fundamental que as vítimas tenham acesso a redes de apoio, como grupos de acolhimento, serviços psicológicos e assistência jurídica. A sociedade deve se mobilizar para combater a normalização da violência e denunciar casos de abuso.

O combate ao feminicídio exige uma abordagem multifacetada, que envolva políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e um sistema judicial mais eficiente na aplicação das leis e na proteção da vítima, que quando faz a denúncia, tenha minimamente proteção. A educação desempenha um papel essencial na desconstrução de padrões machistas, promovendo a igualdade de gênero desde a infância.

A crescente onda de feminicídios e o medo constante que assombra tantas mulheres demandam uma resposta urgente e efetiva da sociedade, está na hora de agir.

Para buscar ajuda:

Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180

Casa da Mulher Brasileira - (67) 2020-1300

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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