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Direto das Ruas

Macaco "sai do telhado" e agora aparece no meio da rua em Campo Grande

PMA alerta que alimentar animais silvestres é crime

Geniffer Rafaela | 05/10/2022 17:23



Após aparecer duas vezes em telhados diferentes em bairros de Campo Grande, desta vez macaco da espécie Bugio foi flagrado por leitores do Campo Grande News no meio da Rua Geraldo Mendes Xavier, que fica no Bairro Residencial Ana Maria do Couto.

Roberto Martins, de 32 anos, contou que encontrou o macaco na hora do almoço por curiosidade resolveu chegar mais perto. “Na hora que vi  um bichinho preto e bem esquisito no meio da rua, cheguei mais perto e então vi que era um macaco. Mesmo vendo o carro ele continuou na rua, eu precisei descer e tocar ele para a área mais limpa que tem ali”, explicou.

Ainda segundo o corretor de imóveis, o primata era manso e estava com o rabo machucado, assim como o macaco que foi visto ontem no Bairro Zé Pereira. Roberto ainda diz que tentou entrar em contato com os órgãos responsáveis por fazer o resgate do animal, mas não obteve sucesso. “O pessoal da região ficou cuidando dele e deu água para ele. Próximo dali tem uma reserva de onde ele deve ter saído”, finaliza.

Bugiu deixou a rua depois que leitor gravou o vídeo (Foto: Direto das Ruas)
Bugiu deixou a rua depois que leitor gravou o vídeo (Foto: Direto das Ruas)

O tenente-coronel Edimilson Queroz, da PMA (Polícia Militar Ambiental), explicou que a presença de animais silvestres dentro do perímetro urbano se torna comum quando há reservas florestais. “Aqui você tem vários fragmentos de florestas e várias reservas, então se você conserva essa flora você conserva essa fauna também”.

Edimilson Queroz diz que a espécio Bugio, quando macho, é mais difícil de diferenciá-los por serem pretos e grandes. "Se a distância for entre dois a três quilômetros é bem possível que seja o mesmo". A distância entre o ponto que o macaco foi visto ontem da que ele foi encontrado hoje é de 1,1 Km.

Sobre o motivo dessa aparição ele relata que eventualmente os alimentos desses animais podem ficar mais escassos, fazendo com que eles procurem saiam das reservas e procurem alimentos. Para a população a orientação é a de que “não os alimentem e se persistirem deixem o bicho lá”, pois isso fará com que eles não retornem para o seu habitat natural.

Ainda é destacado pelo tenente-coronel que quando é oferecido um alimento diferente do encontrado nas reservas, os macacos tendem a se aprofundar cada vez mais nas cidades. “Nas reservas eles comem folhas, frutinhas e insetos, aí pega uma comida saborosa diferente daquelas, ele não vai querer voltar.”

Também é destacado que alimentar esses animais é crime previsto na Lei Estadual de Crimes Ambientais 5673/2021, em seu artigo 3º que afirma que “considera-se abuso ou maus-tratos contra os animais, entre outras condutas cruéis: (…) oferecer alimento sem autorização do órgão responsável a animais silvestres em vida livre, nas áreas públicas, privadas e Unidades de Conservação”.

Também é informado que o resgate desses animais é realizado através de captura com armadilhas, mas elas não têm efeito se a população oferecer alimentos a esses animais. “Deixamos armadilhas porque não dá para ficar correndo e pulando muro, isso pode fazer com que o animal se fira”.

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