Mãe perde guarda de menina que denunciou estupro de cunhado
Segundo a polícia, a mulher sabia dos abusos e não quis denunciar o genro
Menina de 12 anos de idade, que terá identidade preservada, diz ter sido abusada pelo cunhado desde os seis anos. O caso aconteceu em Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande, e foi relatado pela primeira vez à polícia em 2020. Segundo o boletim de ocorrência, a mãe sabia dos abusos e não quis denunciar o genro. Por isso, perdeu a guarda da filha.
A criança vive agora sob tutela do pai, em Dourados. Ele tem a guarda provisória desde 10 de fevereiro e solicitou com urgência a definitiva na 2ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia.
Segundo a madrasta da menina, o pai soube da situação apenas no ano passado, quando registrou boletim de ocorrência.
“A psicóloga ligou para o pai dela perguntando por que não estava indo mais nas terapias. Ela estava fazendo acompanhamento por determinação do juiz, e aí, não foi nas duas últimas sessões, porque veio passar as férias com a gente depois de dois anos”, explica a madrasta Liz Andreia Gonçalves, que alega que a mãe não deixava a criança visitar o pai por medo dela contar sobre a situação.
Ao saberem dos abusos, o pai e a mulher levaram a menina para registrar denúncia na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados. Desde então, a criança permanece morando com ele. “Ela não quer mais [morar com a mãe] por ter se omitido diante da situação e ainda chamar de mentirosa”, diz a madrasta.
O Campo Grande News entrou em contato com a mãe, mas até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.
O caso - Conforme o boletim de ocorrência, a criança morava com a mãe, a irmã o cunhado e um filho do casal. Em uma noite, ela e o suspeito ficaram sozinhos na casa, foi quando ele tirou a camisola e começou a observar o corpo da menina.
Cerca de um ano depois, o rapaz começou a passar a mão nas partes íntimas. Ainda segundo o relato da vítima, ela era ameaçada, caso contasse algo. No entanto, em 2020, comentou com a mãe, que não quis denunciar e alegou que a menina estaria “dando em cima” do cunhado.
Antes de ser levado à polícia, o caso chegou ao Conselho Tutelar do município por denúncia de uma testemunha. Procurada, a mãe se negou a denunciar os abusos à polícia, conforme relatos da conselheira, que registrou a primeira ocorrência sobre o caso.
Por determinação do juiz, no entanto, a criança tinha acompanhamento psicológico e ordem de distância para proteção contra o marido da irmã.
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