Merendeira trans denuncia à polícia 7 meses de ofensas homofóbicas
Denúncia ainda não foi formalizada na Semed, mas Prefeitura pontua que tomará medidas cabíveis se o caso for confirmado
Uma merendeira trans de 37 anos, que prefere não ter o nome divulgado, decidiu procurar a Polícia Civil alegando que há sete meses sofre perseguição e ofensas homofóbicas em escola municipal, na Vila Cidade Morena, em Campo Grande. Ela atribui o comportamento a outra servidora da unidade escolar.
A vítima relata que trabalhava em um Ceinf nas Moreninhas e pediu transferência para a escola da Cidade Morena, por conta da proximidade de sua residência. No entanto, desde a chegada à unidade escolar, em abril deste ano, diz que passou a sofrer ataques e ofensas do tipo: “O que essa coisa está fazendo aqui?” Ou “Por isso que eu não queria essas coisas aqui”.
Suspeita das ofensas, que também terá o nome preservado, chegou a questionar a direção por ter aceitado a transferência da funcionária trans, segundo o relato que consta do boletim de ocorrência.
Dois boletins foram registrados na Polícia Civil sobre a situação. O primeiro foi feito no dia 23 de novembro e o segundo na última sexta-feira (30), data da eleição de uma nova diretoria. Nesta segunda vez, a merendeira detalhou as ofensas e relatou ameaça da colega de trabalho após vitória da nova diretoria: “Agora sim essas coisas serão transferidas”.
“Eu já queria ser transferida, porque agora estou morando no Universitário e para ser sincera eu nem iria denunciar, mas não dá para essas coisas continuarem acontecendo. Na terça-feira irei à Semed levar os B.Os, quero denunciar para que isso não continue acontecendo”, disse a merendeira.
A Polícia Civil ainda vai ouvir os envolvidos no caso, que foi registrado como injuria, crime com pena prevista de um a seis meses.
Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que os canais de denúncias, como a Ouvidoria e a Sugenor (Superintendência de Gestão e Normas), ainda não receberam o caso formalmente, no entanto, ressaltou que a Secretaria prima pelo atendimento ao regimento escolar de suas unidades e irá verificar a situação. Em caso de comprovação do fato, a Secretaria de Educação tomará as medidas cabíveis.
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