Sem materiais, pacientes aguardam por cateterismo no HR
Hospital menciona "grave risco de abastecimento", e pacientes esperam há mais de um mês
Escassez de produtos necessários para realizar cateterismo em hospital da Capital reflete na realidade de pacientes que aguardam pelo procedimento no Hospital Regional. Como é o caso de José Olávio Wielevski, de 76 anos, que está há 17 dias internado. O hospital atribui ao Ministério da Saúde um "grave risco de desabastecimento”, e diz que não há previsão de quando as demandas serão atendidas.
A professora Karla Gomes Wielevski, de 44 anos, procurou o Campo Grande News, através do Direto das Ruas, para relatar a situação do pai, José Olávio, que está internado aguardando o procedimento há duas semanas, após sofrer um início de infarto. “Assim como ele, tem vários pacientes na mesma situação”, afirma.
José tem insuficiência cardíaca, sopro no coração e sofreu um AVC (ataque cardiovascular) há 24 anos atrás. Por conta do histórico, a saúde do idoso é fragilizada, o que preocupa a filha. “Ele corre risco de [contrair] uma infecção hospitalar, o tempo prolongado dentro de um hospital não é recomendado”, pontua.
O idoso precisa passar por dois procedimentos, de cateterismo e angioplastia, para desobstruir as artérias. Segundo parecer dado pelos médicos, Karla conta que caso nenhum dos procedimentos funcione, o pai terá que passar por cirurgia cardíaca para colocar marca-passo. Com a falta do contraste, material utilizado em ambos os procedimentos, o paciente aguarda internado, sem previsão de alta.
O comediante Sebastião Jubrica de Campos, de 43 anos, foi internado no dia 19 de outubro, após uma suspeita de AVC. Ele também aguarda para realizar os procedimentos de cateterismo e angioplastia. Ressaltando receber todo apoio necessário da equipe médica, ele questiona a falta dos materiais. “Tem que entender porque não está chegando”, diz.
Em nota, a assessoria do Hospital Regional informa que “a escassez do contraste é reflexo da queda na produção dos insumos na China, principal fornecedor para a indústria brasileira e não tem no mercado para compra”, e atribui ao Ministério da Saúde um "grave risco de desabastecimento de meios de contraste imprescindíveis para a realização de exames e procedimentos".
Até então, a regularização da produção dos materiais estava prevista para o final de setembro. A assessoria destaca que há processos de compras emergenciais em aberto e aguardam os prazos legais vigentes de entregas.
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