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Economia

Após nova fase da Carne Fraca, Mapa descarta risco com o consumo de aves no país

Em vídeo, ministro Blairo Maggi reforça que micro-organismo afeta principalmente aves e não oferece risco a humanos; empresa contesta acusações

Humberto Marques | 05/03/2018 19:16
Maggi descartou risco à saúde humana por contaminação por salmonela, e lembrou que bactéria não resiste ao cozimento da carne acima de 60ºC. (Foto: Mapa/Divulgação)
Maggi descartou risco à saúde humana por contaminação por salmonela, e lembrou que bactéria não resiste ao cozimento da carne acima de 60ºC. (Foto: Mapa/Divulgação)

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, divulgou vídeo na tarde desta segunda-feira (5) para acalmar a população e negar a existência de riscos com o consumo de carne de frango processada pela BRF Foods. A empresa, dona de marcas como Sadia e Perdigão, foi o alvo principal da Operação Trapaça, a nova fase da Operação Carne Fraca –sendo acusada de fraudar resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação de produtos pela bactéria Salmonella pullorum.

Maggi disse que a Salmonella desaparece quando o alimento é cozido ou frito. “[a operação Trapaça] trata-se de uma operação para resolver problemas da relação entre laboratórios empresas produtoras de alimentos. O Ministério da Agricultura tem trabalhado junto com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e posso garantir a população brasileira que não há nenhum risco no consumo de carnes de aves produzidas por qualquer uma das empresas citadas ou não. Como todos nós sabemos, Salmonella desaparece quando cozida ou quando frita a uma temperatura de 60ºC”, pontuou o ministro, segundo a Agência Brasil.

Em nota divulgada no site do ministério, o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, afirmou que, desde o ano passado, foram iniciados trabalhos com modelos de auditoria mais sofisticados em laboratórios com atenção especial sobre a Salmonella. “Fomos até onde podíamos com as nossas ferramentas administrativas e, agora, contamos com a colaboração da polícia para desbaratar esse tipo de fraude”, disse.

Problema investigado na nova fase da operação Carne Fraca é restrito à contaminação de aves. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)
Problema investigado na nova fase da operação Carne Fraca é restrito à contaminação de aves. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)

Empresa – A BRF também negou risco à saúde da população. A empresa divulgou nota alegando que nenhuma das frentes de investigação da Polícia Federal diz respeito a algo que possa causar dano à saúde pública. Segundo a empresa, a Salmonella pullorum é essencialmente de aves e não causa nenhum dano à saúde humana.

O grupo ainda informou que, no lote de 46 mil pintos citado na acusação, foram realizadas análises microbiológicas que não identificaram presença da bactéria Salmonella pullorum. Porém, ela foi identificada em matrizes e lotes de frango de corte no mesmo período e os resultados foram notificados ao Serviço Veterinário Estadual e ao Serviço de Inspeção Federal.

Trapaça – Batizada de Operação Trapaça, a investigação apurou falsificação de resultados dos exames de laboratórios privados, credenciados pelo ministério, omitindo em algumas amostras a existência da bactéria salmonela spp.

O micro-organismo é comum, principalmente, em carne de aves. Se ela for cozida ou submetida à fritura não oferece risco. Mesmo assim, a bactéria enfrenta restrições em determinados países.

Cinco laboratórios estão envolvidos nas irregularidades apontadas, sendo três credenciados pelo governo e dois de autocontrole das empresas. Os laboratórios estão impedidos de fazer análises até o fim das investigações, que podem resultar em descredenciamento definitivo.

Unidade da BRF Foods: empresa aponta que contaminação em matrizes foi informada à Vigilância Sanitária. (Foto: Reprodução/Facebook)
Unidade da BRF Foods: empresa aponta que contaminação em matrizes foi informada à Vigilância Sanitária. (Foto: Reprodução/Facebook)

Premix – A BRF também é investigada pela prática de adulterar a rastreabilidade do composto Premix, utilizado como complemento vitamínico e mineral às rações fabricadas pela empresa, seja por inserir componentes não permitidos ou por alterar as porcentagens dos componentes indicadas nas etiquetas.

Sobre esse fato, a empresa diz que os processos de produção do Premix seguem normas técnicas nacionais e internacionais.

“Pela rastreabilidade do produto, é possível identificar tudo o que foi incluído no Premix, suas concentrações, origem e destino. Para cada fase da vida do animal, existe uma composição diferente de Premix”. A empresa alega que os e-mails revelados pela investigação são de três anos atrás e o teor das mensagens está sendo investigado pela empresa.

Em relação às acusações da ex-funcionária Adriana Marques Carvalho, que afirmou ter sido pressionada por superiores para alterar resultados de análises laboratoriais e simular a rastreabilidade de amostras, a BRF diz que a profissional foi desligada da empresa em julho de 2014 e ingressou com ação trabalhista contra a empresa.

“As acusações da ex-funcionária foram tomadas com seriedade pela companhia, e medidas técnicas e administrativas foram implementadas para aprimorar seus procedimentos internos”, diz a empresa.

A empresa diz que segue as normas e regulamentos brasileiros e internacionais referentes à produção e comercialização de seus produtos e está mobilizada para prestar todos os esclarecimentos à sociedade. “A companhia reitera que permanece inteiramente à disposição das autoridades, mantendo total transparência na interlocução com seus clientes, consumidores, acionistas e o mercado em geral”. (Com Agência Brasil)

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