Assembleia faz reunião para apurar suposto monopólio do JBS no Estado
A Assembleia Legislativa decidiu abrir audiência pública para apurar o suposto monopólio do frigorífico JBS em Mato Grosso do Sul. A denúncia feita pela Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne de Mato Grosso do Sul) é para apurar os motivos dos fechamentos de frigoríficos de médio porte no Estado no último ano e saber os motivos do avanço do JBS.
De acordo com o deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária, Marcio Fernandes (PT do B), durante a reunião foi analisada a denúncia de monopólio do JBS, e os fechamentos dos frigoríficos do Estado. "O JBS não foi convocado na reunião de hoje, mas vamos ouvi-los no máximo até a próxima semana para sabermos o outro lado", explicou.
O presidente da Assocarnes, João Alberto Dias, esteve presente e pontuou a denúncia como um apelo. "Pedimos aos deputados para que eles olhem para esta causa. Pais de família estão sendo colocados no olho da rua, enquanto deveriam estar sendo contratados. O monopólio é danoso para a economia do Estado e se for apurado que isso esta realmente acontecendo, será enquadrado como crime", afirmou.
O representante dos produtores, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, comentou que apenas na região de Campo Grande, os frigoríficos existentes têm a capacidade de abater 10 mil cabeças por semana. "E o que ocorre não é isso, se estiverem abatendo 4 mil ainda assim é muito. Essa reunião é uma oportunidade boa para que fique esclarecido o que está acontecendo no Estado", analisou.
Segundo Maia, há dois anos, a Acrissul liderou um movimento no país, criando a Fenapec (Frente Nacional da Pecuária), junto com oito Estados brasileiros e entrou com representação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), por causa do monopólio dos grandes frigoríficos no Brasil. "Naquele tempo, o Cade notificou e criou normas de quanto cada frigorífico poderia ter de participação no mercado. O que podia ser feito, nós fizemos naquela época", afirmou.
O deputado estadual e presidente da Comissão de Indústria e Comércio, Paulo Côrrea, decidiu abrir a audiência pública, para poder fiscalizar tudo o que está acontecendo e ouvir os dois lados. "Quero todos os presidentes dos Sindicatos Rurais do Estado presentes e cabe a nós, pedir a presença dos representantes de competência", definiu.
A audiência pública ficou agendada para o próximo dia 10 de julho, (sexta-feira), às 08h, no Plenário da Assembleia Legislativa.