Atrasos do Minha Casa Minha Vida podem desempregar 10 mil em MS
Há 3 meses as construtoras não recebem os recursos e já pensam em demitir
Construtoras não recebem os repasses do programa Minha Casa Minha Vida há 3 meses e já ameaçam demissões. Segundo o SintracomCG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande) é possível que o número de desempregados chega a 10 mil em Mato Grosso do Sul.
“Tem empresas querendo demitir 50% do quadro de funcionários”, alerta José Abelha Neto, presidente do SintracomCG. Ele informa que uma das empresas que atende o MCMV tem 6 canteiros de obras parados e emprega cerca de 900 trabalhadores. Ainda, ele contabiliza que em Campo Grande haja entre 10 a 15 empresas que devem mandar cerca de 10 mil empregados para a rua. “E tem muitas que estão querendo parar de vez”, adiciona.
Já, Amarildo Miranda Melo, presidente do SindusCon MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul), ressalta que é uma situação nacional e vai além dos repasses do MCMV. “É uma questão de cumprimento de contrato, tanto do governo federal, como estadual e municipal. E isso vem de longas datas”, afirma.
Em relação ao programa, ele acredita que “este governo (Bolsonaro) não conseguiu se adequar a questão administrativa do Minha Casa Minha Vida para resolver os pagamentos. Existem empresas há 90 dias sem receber e acontece no Brasil como um todo. Se não recebe, tem que demitir e parar obras”, reforça. Amarildo estima que no Estado haja 53 obras paradas, sendo que grande parte delas deve-se à falta de recursos.