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Economia

Camelódromo vira opção para economizar até 183% na volta às aulas

Vania Galceran | 31/01/2015 11:12
Seu Anízio dentro do seu box especializado em venda de mochilas e estojos. Um estoque de mais de R$ 4 mil pronto pra ser vendido. (Foto: Marcelo Calazans)
Seu Anízio dentro do seu box especializado em venda de mochilas e estojos. Um estoque de mais de R$ 4 mil pronto pra ser vendido. (Foto: Marcelo Calazans)

Esse "lugar"conhecido por ser o paraíso das bijous e das tranqueiras que a mulherada adora, além de muitos bonés, aparelhos eletrônicos, óculos e lanches, esconde itens disputadissimos em papelarias. Lá custam o "olho da cara", mas aqui, podem ter uma diferença de 183%. Tem gente que leva duas ao preço de uma.

São os materiais escolares, os ítens mais caros nas papelarias que podem ser encontrados a preços indiscutíveis nas apertadas bancas, ou box do camelódromo. Uma infinidade de opções, desde as mochilas da moda, com estampas e modelos 3D, dos personagens favoritos de crianças e adolescentes, até aquelas que tem uma cor só, 2 zipers, 1 bolso, mas resolvem o problema.

Anízio Ferraz, comerciante, tem um box no famoso mercado popular, há 16 anos. Especialidade, mochilas, estojos e bolsas a tira colo. Hoje ele tem em estoque aproximadamente R$ 4 mil. Fazendo um comparativo com o ano passado, as vendas caíram muito, mas ainda assim, seu Anízio e o filho afirmam que até o começo das aulas, 90% do estoque estará vendido.

"Nós temos qualidade, bons preços e nos adaptamos ao que os clientes querem. Hoje vendemos muito as mochilas "da moda", mas aqui o cliente encontra de tudo", afirmou.

E encontra mesmo. Quem pechincha, consegue desconto se pagar em dinheiro, mas no cartão de crédito ou no de débito, o valor fica o mesmo do anunciado. As mochilas nessa barraca custam entre R$ 25 a R$ 60. Os estojos escolares, dos mais variados motivos e desenhos custam entre R$15 e R$ 25.

Já no box da Dona Ziza, as mochilas nacionais custam R$ 130 ou R$ 150 se for com lancheira. Preço que fez a advogada Tânia Mara Moura de Freitas vir "correndo" aproveitar a diferença de mais de 100%, se comparado às livrarias da cidade.

Mesmos desenhos, boa qualidade e preço acessível ao bolso. A advogada diz que ainda conversa com muitas pessoas que tem preconceito em comprar no camelódromo por entenderem que os produtos tem qualidade inferior, mas ela não concorda.

"Meu bolso não tem preconceito. Sempre priorizei a educação dos meus filhos e hoje estou aqui para comprar a mochila que meu sobrinho quer. O desenho que ele gosta, a qualidade que nos atende e o preço que é viável e ainda vai sobrar pra eu investir em um bom par de tênis", cometou a advogada.

Na loja no centro da cidade, Tânia iria pagar R$ 340 na mochila e no camelódromo ela vai comprar por R$ 130.

Mesmo assim, alguns comerciantes estão insatisfeitos com as vendas que caíram quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo eles isso se deve ao aumento nos impostos, gasolina que deve subir na próxima semana e as famosas contas do início de ano.

Marco Antônio, tem uma loja só de mochilas e bolsas no camelódromo. Ele disse que no ano passado, nessa época vendeu cerca de R$ 10 mil e esse ano até agora, apenas R$ 4 mil.

"O que acontece é que as pessoas estão sem dinheiro mesmo, pois nós temos bons produtos e mais em conta que em muitos lugares, mas noto que as pessoas estão mesmo sem dinheiro".

Ainda assim o comerciante torce para que até dia 19 de fevereiro quando retornam as aulas no estado e município, o movimento aumente e o estoque que ele tem hoje se esgote. Otimista, o comerciante diz que mesmo com os "sustos" que a população tomou com tanto aumento, a meta é vender 40% a mais que o esperado.

Advogada diz que quem tem preconceito em comprar no camelódromo está perdendo ótimas opções. (Foto: Marcelo Calazans)
Advogada diz que quem tem preconceito em comprar no camelódromo está perdendo ótimas opções. (Foto: Marcelo Calazans)
Infinidade de produtos que podem ter diferença de até 183% em relação aos preços praticados em papelarias. (Foto: Marcelo Calazans)
Infinidade de produtos que podem ter diferença de até 183% em relação aos preços praticados em papelarias. (Foto: Marcelo Calazans)
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