Carne, mensalidade e beterraba são os vilões da inflação de janeiro
A inflação de janeiro fechou com alta de 1,18% em janeiro deste ano na Capital, o dobro em relação a dezembro (0,63%) e inferior ao mesmo período do ano passado (1,40%). Os vilões do custo de vida na cidade foram a beterraba (36,59%), chuchu (31,11%), mensalidades escolares (que tiveram alta de até 9,36%) e a carne bovina.
A constatação é do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), divulgado hoje pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Anhanguera Uniderp.
Para o coordenador do levantamento, o economista Celso Correia de Souza, a boa notícia é que houve queda no índice em relação ao ano passado. Apesar dos eventos previstos para este ano, como Copa do Mundo e eleições, e aumento nas exportações, o primeiro indicado do ano mostra que a inflação começa com menos pressão.
Mas o maior peso foi a educação, como acontece em todos os meses de janeiro. O segmento teve aumento de 7,24% no mês, puxada, principalmente, pelas mensalidades escolares. Os estudantes do ensino fundamental e médio tiveram aumento de 9,36%, enquanto o do superior e da infantil subiu 8,51%.
Alimentação – Outros dois fatores influenciaram no IPC/CG de janeiro, os grupo alimentação, com alta de 1,62%, e de saúde, 1,21%. O primeiro foi impulsionado pelo clima e produtos fora da estação, como beterraba (36,59% mais cara), chuchu (31,11%), cenoura (27,88%) e laranja pêra (20%).
Com o preço da arroba do boi gordo batendo recorde por causa do aumento nas exportações, o preço da carne continua subindo ao consumidor. O contrafilé ficou 11,32% mais caro, seguido por outros cortes, como alcatra (9,52%), costela (9,1%), bisteca (6,87%) e ponta de peito (6,16%).
A dona de casa Marli Gomes Pereira, 51 anos, sentiu no bolso o aumento da laranja e da cenoura. No entanto, afirma que não pretende deixar de comprar os produtos. “Quando o preço está alto a gente tenta substituir o produto por outro mais barato, mas no caso da laranja não tem jeito vou ter que continuar comprando”, diz.
Os clientes de Conrado dos Santos, 63, que trabalha vendendo frutas na Rua Pedro Celestino há mais de 10 anos, estão reclamando dos preços que teve um aumento considerável. A laranja, por exemplo, o saco de 20 quilos vendido por R$ 20 foi para R$ 25. No entanto, a bandeja do tomate que Conrado chegou a vender por R$ 6 hoje esta pela metade do preço. “Não tem como fugir e não deixar de repassar o valor para o cliente, que sente o aumento”, afirma.
A aposentada Catarina Neves, 62, conta que vai substituir os legumes pelas folhas. “A gente tem que tentar economizar, no momento estou preferindo comprar os produtos que estão mais em conta”, diz. Para ela, o importante é não deixar de ter uma alimentação saudável.
A saúde também pesou no bolso do consumidor campo-grandenses no mês passada. O custo da consulta no médico ortopedista disparou e teve aumento de 16%, quatro vezes a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Não foi o único serviço a ter aumento expressivo. Ir ao dentista ficou 9,73% mais caro, enquanto o médico pediatra teve alta de 8,45%.
A boa notícia veio do setor de combustíveis, com a gasolina ficando 2,23% mais barata em função da concorrência acirrada entre os postos. O etanol teve redução de 0,7%.
Ano – A inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,08%, bem abaixo da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. O Governo trabalha com um teto de dois pontos percentuais para mais ou menos.