Cerca de 105 mil devem contrair empréstimo via Auxílio Brasil em MS
Estimativa segue previsão nacional de que 60% dos beneficiados deverão contratar serviços de crédito
Pelo menos 105 mil pessoas a serem beneficiadas com o Auxílio Brasil em Mato Grosso do Sul devem contrair empréstimo consignado usando o benefício. A estimativa usa dados nacionais que preveem que 60% dos auxiliados farão consignados, conforme a Aneps (Associação Nacional dos Profissionais e Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País).
Em MS, 176.391 pessoas estão aptas a receberem o Auxílio Brasil conforme a entidade e levando-se em conta que 60% devem contratar empréstimo, chega-se à estimativa de 105,8 mil consignados através do benefício federal.
Medida Provisória 1106 de 2022 foi aprovada na semana passada pelo Congresso Nacional e aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL) para entrar em vigor. Ela autoriza que beneficiários do Auxílio Brasil contratem empréstimo consignado, cuja parcela chegue até 40% do valor recebido.
Pela ementa, a medida pretende ampliar “a margem de crédito consignado aos segurados do Regime Geral de Previdência Social e para autorizar a realização de empréstimos e financiamentos mediante crédito consignado para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada e de programas federais de transferência de renda”.
Assim, quem recebe os R$ 600,00 do auxílio, poderá pagar parcelas de até R$ 240,00 e contrair empréstimo de pelo menos R$ 2,5 mil. Quem receber R$ 1 mil, deverá pagar R$ 400,00. O Idec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor) se posicionou contra a medida, alegando que isso apenas fará que o brasileiro se endivide cada vez mais.
Por enquanto, as empresas de empréstimo consignado aguardam a sanção e posterior regulamentação da MP para então efetivarem as contratações. A estimativa é que a regulamentação saia em 10 de agosto, e até lá, os correspondentes bancários estão realizando a chamada pré-digitação, que é um pré-cadastro dos interessados.
Gerente geral de uma empresa de consignados, Gustavo de Souza afirma que a espera decorre da necessidade que sejam definidas as normas operacionais para liberar esse tipo de crédito. “Como é um publico carente, até para se evitar fraudes, precisa ter uma normativa que regulamente a forma como será liberado esse crédito”.