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Economia

Chuva garante safra recorde de milho e prejudica algodão, mas preço cai

Caroline Maldonado | 28/07/2014 17:05
Produtores de milho comemoram condições climáticas (Foto: Cleber Gelio)
Produtores de milho comemoram condições climáticas (Foto: Cleber Gelio)
Produção de algodão passa por momento difícil (Foto: Norbertino Angeli/Jovem Sul News)
Produção de algodão passa por momento difícil (Foto: Norbertino Angeli/Jovem Sul News)

As chuvas das últimas semanas ajudaram a consolidar a melhor safra de milho dos últimos três anos, mas o preço da saca de 60 quilos, que está em torno de R$ 16, preocupa os produtores. Já a produção de algodão sofre com os dois fatores e está passando pelo seu pior momento, segundo o Diretor executivo da Ampasul (Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão), Adão Hoffmann.

A arroba de pluma, que já esteve a R$ 70, agora está em torno de R$ 54. O preço é o pior das últimas três safras. A oferta de algodão é alta tanto no mercado nacional quanto mundial, além disso o produto está perdendo espaço para a fibra artificial, o poliéster. Para piorar o cenário, a China, que antes importava de Mato Grosso do Sul, hoje está cultivando e tem 65% do estoque mundial de fibra de algodão.

“O consumo de fios está aumentando, mas o poliéster está ocupando este espaço. Além disso, a China vinha comprando do mundo todo. Mato Grosso do Sul vendeu muito pra China. Hoje, eles não compram mais e estão concorrendo conosco”, explica Adão.

O diretor executivo da Ampasul explica que o aumento do custo na lavoura complicou ainda mais esta safra. Duas pragas causaram danos econômicos e fizeram com que os produtores gastassem mais com controle. “Tivemos problema com a lagarta Helicoverpa Armigera, que está há dois anos no Brasil e ataca todas a culturas e também com a praga do algodão, o inseto bicudo”, contou.

A colheita, iniciada na primeira semana de julho, já atingiu 30% do total estimado de 63 mil toneladas de pluma e foi suspensa nos últimos dias em função da chuva. “Em qualidade é certeza que se perdeu, mas em quantidade ainda não sabemos. Como há previsão de chuva para amanhã, vamos ver como vai ser. Mas é possível que amanhã a tarde se fizer sol a colheita seja retomada”, explicou Adão.

No caso do milho, as condições climáticas foram favoráveis e a única preocupação é manter o preço, que sofre com as variações do mercado internacional. Os produtores querem a inclusão do Estado nos leilões Pepro (Prêmio de Equalização Pago ao Produtor Rural) para garantir o preço mínimo de R$ 17,67. Na regiao norte do Estado, até o dia 18 de julho foi colhido 25% do total e na região sul, a colheita atingiu 15%.

“Tão importante quanto a quantidade de chuva é a distribuição. Em julho já choveu mais que o dobro da média histórica para este mês e foram chuvas bem distribuídas. Os últimos três anos têm sido muito bons para o milho e este último tem sido o melhor”, explicou o agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Ricardo Fietz, ao informar que neste mês, a média de chuva acumulada até o momento é de 108 milímetros, enquanto a média histórica dos últimos 35 anos é de 46.4 milímetros.

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