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Economia

Com diesel mais caro, consumidor vai bancar reajuste nos serviços de transporte

Liana Feitosa | 22/01/2015 14:46
(Foto: Marcelo Calazans)
(Foto: Marcelo Calazans)

Com o aumento no preço do combustível, anunciado esta semana pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, outros setores passarão por reajustes. Para o Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), o consumidor vai sentir no bolso um aumento entre 5% a 8% no custo de serviços de transporte, como o frete.

"O diesel é o que mais pesa no preço total do frete, é o que mais representa. De acordo com a planilha de custo das empresas transportadoras, é de 40% a 50%. Por isso, com o aumento no valor do combustível, estamos prevendo um impacto muito grande no setor. É aumento para cobrir aumento", afirma Cláudio Cavol, presidente do sindicato.

Momento ruim - Segundo Cavol, no último reajuste no custo do diesel foi na saída da safra do país, no ano passado, momento em que o mercado de frete estava desaquecido. "Agora, os novos valores vão valer na entrada da safra de soja, que está prevista para ser de 14% a 16% maior esse ano", contextualiza.

Com a estimativa positiva para a próxima safra, a demanda pelos serviços de frete aumenta naturalmente e, com a elevação do preço dos combustíveis, tudo indica que o efeito será considerável ao consumidor.

Efeito dominó - "O governo errou em dar o aumento nesse momento, vai gerar um impacto muito grande no frete e no preço de vários produtos. Sempre que há aumento no diesel, os fabricantes de pneus também sobem os preços, assim como os serviços de recapagem de pneus", considera Cavol.

"O aumento (no preço) dos derivados de petróleo interfere em toda uma cadeia, afetando o valor de peças, produtos, enfim. A indústria se baseia muito no aumento e reajustes do diesel", amplia. Para o presidente, é possível dizer que de 60 a 90 dias todos esses setores também passarão por reajustes.

(Foto: Marcelo Calazans)
(Foto: Marcelo Calazans)

A elevação dos preços mexe, também, com as expectativas econômicas para 2015, acredita Cavol. "Todos (os empresários do setor sde transporte) estão muito preocupados. Já tínhamos uma expectativa de que 2015 não seria um muito bom, mas não estávamos esperando esse aumento. Achávamos que, como o preço do petróleo tem caído no mercado internacional, o valor do diesel também ia reduzir no Brasil", analisa.

Petróleo barato lá fora - Segundo o site de estatísticas Index Mundi, houve queda de 21,32% no preço mensal do barril de petróleo bruto, calculado em dólares, como pode ser conferido neste link: http://www.indexmundi.com/pt/pre%E7os-de-mercado/?mercadoria=petr%C3%B3leo-bruto.

"Se o preço do barril de petróleo está caindo, porque aqui dentro (do Brasil) os preços dos derivados de petróleo (como o diesel) está aumentando?", questiona Cavol. Para ele, o cenário fica ainda mais ilógico quando até mesmo o valor do dólar é considerado. "Tivemos aumento no preço do dólar nos últimos meses, mas esse valor voltou a cair e o setor teve breve arrefecida, por isso, o reajuste no preço do combustível representa, na verdade, um prejuízo", conclui.

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