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Economia

Com novos frigoríficos a caminho, governo quer foco na avicultura

Priscilla Peres | 07/08/2015 11:11
 Atualmente, MS recebe 50 mil aves por dia do Paraná para serem abatidas aqui. (Foto: Famasul)
Atualmente, MS recebe 50 mil aves por dia do Paraná para serem abatidas aqui. (Foto: Famasul)

A avicultura é a nova aposta do governo para diversificar a matriz econômica, aumentar o processo de industrialização, apoiar os pequenos produtores e gerar emprego em Mato Grosso do Sul. O setor frigorífico de aves tem planos de investir no Estado, mas é preciso que a produção local "comece a se mexer" para atender a demanda que está por vir.

Em Sidrolândia - distante 71 km da Capital, esse processo já começou. A JBS Foods que é a Seara, está expandindo sua capacidade de abate dos atuais 170 mil para 190 mil aves por dia. Para atender essa demanda, 10 produtores rurais aprovaram projetos de construção de núcleos com recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste).

Esses novos galpões de aves atendem um novo modelo da agricultura, focado em tecnologia e escala. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Jaime Verruck, hoje as empresas fazem núcleos de aviários, sendo que cada um desses 10 projetos são quatro galpões, que chegam a ter entre 90 e 120 mil aves cada.

"A nova realidade da agricultura, em termos do produtor rural, é que o indivíduo vai ser o integrado do setor avícola. E esses 10 aviários já são a demonstração disso. As empresas estão cada vez aumentando mais as suas escalas, estão buscando competitividade e lucratividade", destaca Jaime. Porém, toda essa tecnologia tem um custo alto, cada núcleo de galpão custa R$ 3,850 mil.

Secretário de desenvolvimento do Estado, afirma que o objetivo é investir no setor de aves. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)
Secretário de desenvolvimento do Estado, afirma que o objetivo é investir no setor de aves. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)

Investimento - Atualmente, MS recebe 50 mil aves por dia do Paraná para serem abatidas aqui, suprindo a necessidade dos frigoríficos locais. Acontece que as perspectivas para o setor são boas e nos próximos meses, uma nova unidade frigorífica de aves deve se instalar por aqui. Se a previsão se confirmar, precisaremos de 100 novos núcleos de aves, estima Jaime Verruk.

O secretário afirma que o governo está empenhado a movimentar esse setor e, por isso, para 2016 o FCO terá novas prioridades. "Nós vamos expandir muito na questão da integração, estamos propondo que ela seja prioritária, assim como a reforma e ampliação dos galpões antigos. Nós não queremos que esse produtor seja afastado do processo de modernização", diz.

Verruck afirma que tem levado a discussão para as empresas. "Avisamos que esse galpão novo é para atingir uma nova demanda, porque nós não queremos construir esses novos galpões e deslocar o produtor. Então, toda essa expansão da Agricultura tem que estar baseada em uma expansão da indústria também", ressalta.

Adroaldo fala sobre as dificuldades do setor. (Foto: Famasul)
Adroaldo fala sobre as dificuldades do setor. (Foto: Famasul)

Outro lado - Adroaldo Hoffman é presidente da Associação de Avicultores de Sidrolândia e rebate as informações do Governo do Estado. Segundo ele, o setor tem sofrido com o alto custo da produção, principalmente após o reajuste da energia elétrica. "A conta de luz é o calcanhar de aquiles da avicultura, os produtores não conseguem mais pagar os custos e ter lucro", afirma.

De acordo com ele, diferente dos produtores de aves do Paraná, por exemplo, aqui os avicultores não sobrevivem apenas da atividade. "Os produtores precisam complementar a renda com outras atividades. Então aqui, para sobreviver não pode só criar aves, tem que ter agricultura ou pecuária também, por exemplo".

Por fim, Adroaldo pede que o governo olhe para a avicultura e coloque em prática os incentivos. "A demanda dos produtores é que tenha algum incentivo, não só pra indústria, porque o produtor fica sem nada. O problema é que hoje não tem lei que sustente a avicultura, é uma atividade perdida no tempo e espaço".

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