Com exportação em alta, avicultura tem cenário positivo em MS
Com importância fundamental na balança comercial do País, a avicultura deve ganhar força nos próximos anos e se concentrar em regiões como a de Mato Grosso do Sul, que têm espaço geográfico propício, clima favorável e produção de grãos, componestes da ração da ave, em grande quantidade.
Só no primeiro quadrimestre de 2014, as características regionais fizeram com o que o Estado enviasse para o mercado internacional 52,4 mil toneladas de carne de frango in natura, 33% a mais que no mesmo período do ano passado, quando 39,3 mil toneladas foram exportadas. Dessa forma, Mato Grosso do Sul figurou como 6º maior exportador do setor no País.
Para a gerente econômica da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado), Adriana Mascarenhas, devido à demanda do produto e o potencial produtivo para ampliar as negociações, a expectativa é de que os números da avicultura se superem cada vez mais.
“Não só no Estado, mas em nível de Brasil, a prospecção é de crescimento e não existe nenhuma dúvida de que a avicultura vai crescer mais na nossa região porque temos clima e produção de grãos, que é fundamental para o setor”, disse.
A avaliação da especialista se deve ao fasto de que os grãos, principalmente o milho, são os componentes mais caros no custo da produção da ração da ave. Com isso, a tendência é que a avicultura migre para regiões que tenham alta produção de grãos.
“Todas essas caraterísticas nos mostram que a tendência é que a avicultura de corte cresça no cerrado e na região do Centro-Oeste, principalmente”, afirmou.
O panorama do setor, no Estado e no País, foi discutido nesta terça-feira (3) durante o II Encontro Tecnológico da Avicultura no Mato Grosso do Sul, realizado pela Famasul em parceria com a Avimasul (Associação de Avicultores do Estado).
Um dos palestrantes do evento, o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (MG), Paulo Lourenço da Silva, explicou que o Brasil é o maior exportador de carne de ave do mundo. De acordo com ele, o status foi conquistado em 2004 por causa do controle de doenças como a newscatle e a influenza aviária.
“Desde 1994, quando o Ministério da Agricultura editou o Programa Nacional de Sanidade Avícola, o País se inseriu no mercado internacional como país que tem controle das doenças", explicou.
"Hoje, os três desafios do Brasil, como maior produtor, é manter a relação comercial com mais de 155 países, abrir novos mercados, já que avicultura cresce em velocidade muito grande, e manter o status sanitário, que é um cartão de visitas para o mercado internacional”, emendou.
Para o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, debater o cenário da avicultura é uma oportunidade de levar informações em tempo real “para que o produtor consiga realizar um trabalho de maneira tecnificada e consiga, em cima de trabalhos de tecnologia e sanidade, ter melhor produção e ganho”.
Celeiro da avicultura – Mato Grosso do Sul conta com quatro polos produtivos de carne de aves, conforme Adriana Mascarenhas. São eles: polo do Bolsão, que compreende a região das cidades de Aparecida do Taboado e Inocência; o da região de Sidrolândia, que possui grande indústria; polo da região de Dourados; e o da região de Caarapó, que produz um tipo diferente de frango, o galeto, destinado para mercado específico.
Mais de 90% da carne produzida no Estado é encaminhada para o mercado externo. Os principais compradores são Arábia Saudita, Japão, China e Rússia. “A produção de carne de aves, em análise de indústria, de preços no mercado consumidor e de mercado de exportação, está muito bom”, avaliou o presidente da Avimasul, Gilberto Bernardi.