Com o novo PAC, Lula quer ser exemplo de desenvolvimento e sustentabilidade
Preocupação com o fim das desigualdades, mudanças climáticas e neoindustrialização pautaram programa
Durante o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nesta sexta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu todos os ministros e funcionários por concluírem o novo PAC vai investir R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil, sendo R$ 1,4 trilhão até 2026 e R$ 320,5 bilhões após 2026. Clique aqui para conferir todas as obras.
O evento contou com a presença do governador Eduardo Riedel (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP) e as ministras de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Cida Gonçalves (Mulheres).
Lula começou o discurso destacando a importância da presença de todos os convidados. Os governadores do Sul, Jorginho Mello (Santa Catarina), Ratinho Junior (Paraná) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), além dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas e de Minas Gerais, Romeu Zema, não compareceram ao evento.
“Esse país só vai dar certo se aprender a conviver com quem não gosta. Precisamos nos respeitar. Hoje começa meu governo. Até agora o que fizemos foi reparar o que perdemos. O PAC é o começo do nosso terceiro mandato. A partir de agora, ministro vai para de ter ideia, vai ter que cumprir o que está aqui”, destacou.
De acordo com o presidente, os governadores foram os primeiros a dar 'pitaco' ao programa. "Esse novo PAC são sonhos de uma vida melhor. Colocamos toda a capacidade do Estado a serviço da população. É um compromisso coletivo, nascido de um amplo diálogo federativo de muito diálogo com governadores e prefeitos para atender os anseios dos brasileiros. Conseguimos anunciar esse novo PAC com a compreensão do Congresso, sem descuidar das contas públicas".
Credibilidade, estabilidade e previsibilidade foram os três ingredientes do governo federal. “O que der certo neste país temos que dividir com o povo brasileiro. É importante que todos tenham clareza que aquilo que for resultado dos ganhos que tivermos nesse país tem que ser repartido com as pessoas para que a gente melhore de vida".
Como novo PAC, Lula quer ser reconhecido como exemplo mundial de energia limpa. "O Planeta não aguenta mais a pressão. Queremos crescer de forma verde e sustentável, para ser a grande fortaleza sustentável do mundo".
Geração de emprego também foi apresentada como 'obsessão' do presidente. "Estamos criando um programa de qualificação profissional para que não falte pessoas ocupando postos para essa grande empreitada".
A partir de agora os ministros irão lançar o novo PAC em cada estado, segundo Lula. Em contrapartida, Lula já planeja viajar para outros países que desejam investir no Brasil. "Sinto que a Europa quer investir na América Latina. Vamos chegar lá com esses projetos embaixo do braço. Também vou falar com o Bider (presidente dos EUA), faz muito tempo que só pensa em guerra. Vou pedir para investir no Brasil. Vamos convocar os árabes para colocar ao menos uns milhões no Brasil. Vamos voltar a ser empresarial. Queremos um Estado indutor".
Detalhes - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou a ansiedade dos governadores no início da gestão. “Eles aguardavam muitos anos por este momento. Pedimos três prioridades de cada Estado e alguns apresentaram 26 propostas. Acatamos tudo que podíamos, o que não estava com projeto maduro, incluímos o estudo para automaticamente sejam autorizadas assim que possível”, ponderou.
Ele destacou ainda que selecionaram as obras que tivessem maior impacto econômico nos estados. “Elas terão efeito multiplicador. A estimativa é que 4 milhões de novos postos de trabalho sejam gerados com o novo PAC”.
Rui ainda destacou que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) será zero para todas as obras de ferrovia do país. “Assim vamos aumentar a viabilidade técnica econômica dos projetos. Não é possível pensar num país continental como país que sua economia ande em rodas de caminhão”.
O ministro ainda disse que o governo irá fazer uma seleção pública para construção de policlínicas nos estados e municípios, com a meta de continuar o diagnóstico dos problemas de saúde da população.
“Esse novo PAC vai reduzir desigualdades sociais, regionais, reduzir custos de produção do setor privado, impulsionar investimentos privados de todas as cadeias produtivas , apoiar e formar todas as gerações. Vamos juntos reconstruir o Brasil”, concluiu Rui.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), destacou o otimismo e a confiança no país. “Ao invés de ódio, diálogo, federativo, empresarial, com a sociedade civil organizada. O desenvolvimento é o novo nome da paz”, destacou.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez questão de destacar aliança da pasta com o meio ambiente. “Em geral, esses ministérios vistos como adversários, como se olhar para o meio ambiente fosse voltar as costas para o desenvolvimento. Mas o Brasil, pelas suas particularidades políticas, pode se dar ao dever da sustentabilidade. Talvez o que estamos fazendo aqui seja o grande segredo para o futuro. Teremos uma nova conduta e postura com novas leis e regulamentos para um novo tipo de interação com o Planeta”.
Segundo ele, o país deixará de ser um mero exportador de produto como valor agregado e passará a ser exportador de inovação. “Mudaremos um paradigma, com regulamentação do mercado de carbono, Funclima (Fundo do Clima), economia circular. A transformação ecológica para construir o hoje e o amanhã”.
NOVO PAC – Os investimentos previstos no Novo PAC com recursos do OGU (Orçamento Geral da União) somam R$ 371 bilhões; o das empresas estatais, R$ 343 bilhões; financiamentos, R$ 362 bilhões; e setor privado, R$ 612 bilhões.
A partir de setembro, no âmbito do Novo PAC, o Governo Federal lançará editais que somam R$ 136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios, além dos anunciados no lançamento do Novo PAC, nas seguintes áreas: cidades, saúde, educação, cultura e esporte.
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