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Economia

Comércio aguarda reforma trabalhista para contratar temporários na Capital

Osvaldo Júnior e Mirian Machado | 06/11/2017 17:40
Embora timidamente, algumas lojas começam a abrir seleção para vagas de fim de ano (Foto: Marcos Ermínio)
Embora timidamente, algumas lojas começam a abrir seleção para vagas de fim de ano (Foto: Marcos Ermínio)

O calendário de contratação de temporários pelo comércio foi impactado pelas novas regras trabalhistas, que vigoram a partir do dia 11. Às vésperas da vigência da Lei 13.467, que altera a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), o setor está em compasso de espera para aumentar o quadro de funcionários para as vendas de fim de ano.

“Está interferindo sim, com certeza”, afirmou o presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), João Carlos Polidoro, em referência às mudanças na legislação trabalhistas e o movimento tímido de contratações de temporários.

De acordo com ele, sazonalmente, o quadro de pessoal é reforçado já no início de novembro. “Neste ano, no entanto, deve acontecer com mais intensidade a partir da segunda quinzena deste mês”, afirmou.

O presidente da ACICG nota que há “grande expectativa” dos lojistas, que que vão contratar pelas novas regras. “No momento, só estão contratando quem, de fato, está precisando mesmo já aumentar o quadro. Mas a maioria só vai ser a partir da semana que vem”, observa Polidoro.

Loja de decoração, que já está contratando (Foto: Marcos Ermínio)
Loja de decoração, que já está contratando (Foto: Marcos Ermínio)

Lojistas – Embora a maior parte do setor aguarde as mudanças trabalhistas, há lojistas que já estão contratando. É o caso de Daniel Hisão, dono de uma loja de decoração no centro de Campo Grande. Ele tem 20 funcionários e contratou outros três para reforçar as vendas natalinas.

Apesar do reforço, o empresário não tem grandes expectativas quanto ao movimento de fim de ano. “Acredito que será igual ao ano passado, pelo menos”, projetou. De acordo com ele, clientes, que antes compravam à vista, estão, agora, parcelando. “É a crise”, acredita.

Dono de loja de bazar, Rafael Matello ainda não deu início às contratações, mas pretende abrir duas vagas. “Como a loja é grande, com mais de 10 mil itens, essas pessoas não serão contratadas apenas temporariamente, mas de modo definitivo”, afirmou.

Planos diferentes tem a artesã e empresária, Rosângela Amaro. Sócia-proprietária de uma loja de presentes, ela conta que não irá contratar. “Desde o ano passado, não contratamos temporários”, disse.

Levantamento – Estudo divulgado recentemente pelo IPF/MS (Instituto de Pesquisa da Fecomércio) indica que o comércio de Mato Grosso do Sul deve abrir 5.125 vagas de temporários de fim de ano. 

Essa projeção representa alta modesta de 2,5% sobre o número de igual período do ano passado. No entanto, com a economia ainda desaquecida, esse leve avanço se torna considerável, segundo avalia o IPF/MS.

O levantamento indica que mais da metade dos comerciantes não devem aumentar o quadro de funcionários no fim de ano. Foram ouvidos 93 empresários do comércio da região central e de shoppings de Campo Grande. Desse total, 51,61% responderam que não planejam contratar temporários.

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