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Economia

Consórcio fará acesso à Rota Bioceânica por R$ 472 milhões

Grupo formado por três empresas venceu licitação para fazer contorno e acesso à ponte sobre Rio Paraguai

Por Maristela Brunetto | 15/11/2023 18:54
Ponte já está com 40% da obra concluída; do lado brasileiro, empresas foram contratadas pelo DNIT (Foto: Arquivo/ Toninho Ruiz)
Ponte já está com 40% da obra concluída; do lado brasileiro, empresas foram contratadas pelo DNIT (Foto: Arquivo/ Toninho Ruiz)

O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) homologou o resultado de licitação que selecionou o consórcio PDC Fronteira para realizar as obras necessárias para conectar a BR-267 ao acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará o Brasil à Rota Bioceânica, em Porto Murtinho. O consórcio é formado pelas empresas Construtora Caiapó Ltda, de Goiânia, que já tem contratos no Estado; Paulitec Construções Ltda e DP Barros Pavimentação e Construção Ltda, de São Paulo, e receberá R$ 472,4 milhões pela empreitada, a ser concluída em um prazo de 26 meses.

O edital foi lançado em setembro para a obra, com recebimento de propostas no mês de outubro. Com uma empresa desistindo do certame, o consórcio foi incitado a reduzir o preço inicial proposto, de R$ 590 milhões, o que acabou sendo confirmado no começo desta semana e o resultado foi homologado, diante da ausência de recursos.

Traçado do contorno rodoviário de Murtinho para chegada à ponte da Rota Bioceânica
Traçado do contorno rodoviário de Murtinho para chegada à ponte da Rota Bioceânica

A obra consiste na criação de um contorno rodoviário à direita da cidade de Porto Murtinho até o ponto de acesso à cidade de Carmelo Peralta, onde está em construção a ponte sobre o Rio Paraguai, já com 40% dos trabalhos concluídos. O trecho é estimado em 13 quilômetros.

Além da pavimentação, será necessária a construção de um centro aduaneiro e um trabalho de terraplanagem, para um acesso elevado à ponte. Essas duas ações constam como as que consumirão maior parte dos recursos, somando cerca de R$ 270 milhões. Para pavimentação, consta a previsão de R$ 23,3 milhões.

Obra esperada – A obra de acesso à ponte era aguardada com ansiedade, uma vez que a estrutura sobre o Rio Paraguai avança em ritmo acelerado, aproximando a concretização da tão defendida Rota Bioceânica, projeto alimentado há décadas. No ano de 2018, saiu o acordo entre Brasil e Paraguai para a construção da ponte ligando Murtinho a Carmelo Peralta, obra executada por empresa paraguaia.

Segundo informações integrantes do processo licitatório, o empreendimento já tem licença prévia e licença de instalação, concedidas pelo Imasul. Finalizado o acesso e a ponte, consolida-se a ligação rodoviária entre o Brasil e o Chile, passando pelo Paraguai e Argentina, e tendo o Mato Grosso do Sul como ponto de passagem.

O corredor rodoviário possibilitará encurtamento de transporte para o escoamento de produtos brasileiros ao mercado asiático, a partir de portos chilenos, como também importações. De Campo Grande ao porto de Antofagasta a distância será de 2.254 quilômetros. Para chegar à Ásia são 22 mil quilômetros de navio, com fretes mais reduzidos.

Até mesmo questões aduaneiras já estão em discussão enquanto a parte rodoviária ganha forma, com análise de possibilidade de agilizar inspeções, para limitar aos pontos de entrada e destino. O corredor também é visto como um facilitador para o trânsito de pessoas entre os países e também como fomento ao turismo.

Nas informações mais recentes sobre a ponte, do final de outubro, a fase era de colocação de vigas para estruturar viaduto de acesso à ponte no lado paraguaio. As peças estavam sendo fabricadas em cidade da região e deslocadas até à obra.

A travessia tem 1.294 metros de distância. A obra está dividida em três trechos: um viaduto de cada lado do Rio Paraguai, que no lado brasileiro agora vai começar a ser construído, e uma estrutura estaiada, medindo 632 metros, com vão central de 350 metros.

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