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Economia

Defasagem deve fazer preços dos combustíveis subirem

A gasolina pode subir de R$ 0,30 a R$ 0,40 o litro e o óleo diesel em até R$ 1,50

Lucia Morel | 31/10/2022 17:39
Carro sendo abastecido em posto de combustível de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Carro sendo abastecido em posto de combustível de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

O risco real de aumento no preço dos combustíveis se aproxima com a paralisação nas estradas e ainda, o fato de não haver aumento repassado pela Petrobras nos últimos 30 dias. A gasolina pode subir de R$ 0,30 a R$ 0,40 o litro e o óleo diesel em até R$ 1,50. O Campo Grande News ouviu economista e presidente do Sinpetro/MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes) para avaliarem o cenário.

Representante do sindicato, Edson Lazarotto, afirma que o aumento na gasolina e no óleo diesel é esperado para os próximos dias, independente da paralisação dos caminhoneiros. Isso porque, há cerca de um mês que a Petrobras não autoriza aumentos e tem segurado o impacto do reajuste no mercado internacional.

“O preço não alterou ainda, mas está defasado há mais de 30 dias e somente as distribuidoras aumentaram seus valores devido à importação, mas sem notícia de aumento até agora”, comentou, reforçando que esse reajuste deve ocorrer em breve.

Preparando-se para possível desabastecimento devido aos bloqueios, o sindicato já se prepara e pede limitação de combustível e comunicado aos donos de postos já foi enviado, informando que pode haver um atraso no abastecimento, principalmente no interior do Estado. “Se demorar de um a três dias, ok, não vai ter tanto problema, mas se passar disso, aí complica”, avalia.

Para ele, as manifestações não passam de quarta-feira e comentou ainda que, como os preços estão bem defasados em relação ao mercado internacional, ele acredita que o aumento na gasolina deve ser entre R$ 0,30 a R$ 0,40 no valor do litro e de R$ 1,50 no óleo diesel. “A Petrobras tem segurado os impactos internacionais”, disse, reforçando que não é possível prever uma data para esse aumento.

Para o economista Eugênio da Silva Pavão, 55 anos, a manutenção dos preços tem se segurado também por causa da desoneração de tributos estaduais e federais nos combustíveis, mas “podem aumentar em outras questões, como incorporar aumento de dividendos da empresa, por exemplo”, citando que “a redução dos tributos é apenas parte dessa política de preços”.

Segundo ele, os preços não podem se manter muito diferentes do mercado internacional devido à defasagem. “O diesel vai subir mais que a gasolina porque diesel está em falta”, cita. Ele afirma ainda que o bloqueio nas rodovias começará a afetar o abastecimento de alimentos e combustível dentro de sete dias, caso não termine antes.

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